(Foto: Reuters) |
O ex-consultor da Agência
Nacional de Segurança dos Estados Unidos, que revelou ao mundo o alcance da
espionagem americana em diversos países, escreveu uma carta ao povo brasileiro.
Edward Snowden diz que
vai continuar limitado pelo governo norte-americano enquanto não receber um
asilo permanente de algum país. Ele está morando temporariamente na Rússia.
A carta de Edward Snowden
foi publicada nesta terça-feira (17) pelo jornal ‘Folha de São Paulo’.
O ex-consultor da Agência
Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos diz que o governo americano está
interferindo na capacidade dele de falar sobre o esquema de espionagem, revelado
há seis meses, e que isso vai acabar quando ele conseguir asilo permanente em
algum país.
A carta foi entregue à
‘Folha de São Paulo’ por David Miranda, que depois a publicou em uma rede
social. O brasileiro é companheiro do jornalista britânico Glenn Greenwald,
responsável pela divulgação das informações de Snowden.
Em entrevista exclusiva
ao Jornal Nacional, David disse que o documento não é um pedido de asilo ao
governo brasileiro em troca de informações, mas afirmou que Snowden gostaria de
morar no Brasil. “Ele vê o tratamento que o Glenn tem aqui, viu como foi a
reação da população brasileira a toda essa espionagem que nós fizemos aqui e
ele ficou muito feliz com esses resultado”, afirmou.
David Miranda disse que,
no meio de 2013, Snowden fez um pedido de asilo ao Brasil por fax. O Itamaraty
informou que não recebeu nenhum pedido formal e que, por isso, não tem
posicionamento a respeito. Segundo o Itamaraty, o procedimento deve começar
pela embaixada brasileira em Moscou, na Rússia, onde Snowden vive
atualmente depois de receber asilo temporário.
As denúncias de Edward
Snowden surgiram em junho de 2013, quando ele entregou ao jornalista Glenn
Greenwald, que à época trabalhava no jornal britânico ‘The Guardian’,
documentos que mostram a capacidade do governo americano de espionar cidadãos e
empresas em vários países.
Por causa disso, foi
acusado, nos Estados Unidos, de roubo de propriedade do governo, entre outros
crimes, e pode pegar até 30 anos de prisão.
“O objetivo dele não é
machucar os EUA. O objetivo dele é criar um debate onde exista uma liberdade na
internet. Se as pessoas quiserem de um país decidir serem espionadas pelo seu
governo que deixem as pessoas decidirem isso, não que os seus governos decidam
por elas”, declarou David Miranda.
Em reportagens exclusivas
exibidas há três meses, o Fantástico e Greenwald revelaram documentos
ultrassecretos mostrando que a presidente Dilma, assessores e a
Petrobras foram espionados pela NSA.
A presidente brasileira
exigiu do governo americano um pedido de desculpas. Como o pedido nunca veio,
ela cancelou uma visita que faria a Washington.
Na carta divulgada nesta
terça-feira (17), que ganhou destaque na imprensa internacional, Snowden
cita exemplos da vigilância da NSA sobre populações inteiras. Segundo ele, quem
carrega um celular em São Paulo pode ser rastreado pela agência, que faz isso 5
bilhões de vezes por dia ao redor do mundo.
Por G1.com
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