Subiu para 18 o número de internos mortos nas rebeliões ocorridas no fim de semana nas unidades prisionais. O número foi contabilizado após análises da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e confirmado pela Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus).
Até a segunda-feira, a Sejus havia contabilizado 14 mortos decorrentes dos conflitos entre os internos. Segundo a Secretaria, todas as mortes aconteceram no fim de semana. A maioria dos corpos foram carbonizados. Do total, oito corpos tiveram a identificação revelada e outros 10 serão submetidos a exames de DNA.
Segundo a Sejus, na segunda-feira (23), uma rebelião foi registrada na Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. Policiais militares e agentes penitenciários entraram na unidade para fazer a contenção. “Ninguém ficou ferido. Ao longo do dia de ontem, nenhuma unidade registrou conflitos.
Transferência
Devido as rebeliões, as unidades prisionais ficaram destruídas. Para as reformas, algumas transferências emergenciais estão acontecendo. Segundo a Sejus, alguns internos já foram para o Centro de Execução Penal e Integração Social, nova unidade prisional do Complexo Itaitinga II que está com 95% das obras finalizadas. “A medida teve como objetivo resguardar a integridade física desses internos, visto que eles foram ameaçados por outros internos”.
Durante entrevista coletiva na noite de ontem, o governador Camilo Santana informou que a chegada da Força Nacional de Segurança irá ajudar na vigília dos presos. “Houve uma destruição significativa dos presídios e é preciso recuperá-los. Para as reformas precisa de contingente. Estamos acelerando a conclusão da CPPL 5 e vamos transferir mais 1.200 homens para lá. Lá mesmo, estamos construindo um novo presídio e outro de semiliberdade, mas a segurança da população precisa estar resguardada. A Força Nacional chegou exatamente para que eu não precise tirar meu contingente da rua e prejudicar a segurança da população. A ideia é ajudar o Estado a resguardar os presídios enquanto se faz a reforma e recuperação física”, falou Camilo.
Avaliação
Desde o fim de semana, equipes da Sejus e do Departamento de Arquitetura e Engenharia estão avaliando os danos e dando os encaminhamentos para os reparos necessários. Não houve interrupção no fornecimento de água nem comida. Assistentes sociais estão na entrada dos complexos e nos prédios da Secretaria oferecendo apoio aos familiares.
Estopim
As rebeliões tiveram início no sábado e prosseguiram até a última segunda-feira. O estopim teria sido a suspensão das visitas nas unidades prisionais devido a greve dos agentes penitenciários, que teve fim decretado ainda na tarde do sábado, após cerca de 12 horas de paralisação.
Entre as reivindicações da categoria, foi o reajuste na Gratificação por Atividades e Riscos (Gaer), que era de 60%, para 100%. Para Camilo Santana, o pedido foi irracional. “Somos um governo de diálogo, mas em um momento de crise dessas se pedir 40% de aumento, é algo irracional para o momento que estamos. A greve foi decretada ilegal pela justiça. O trabalho dos agentes penitenciários é essencial ao estado”. Diante disso, o governador afirmou que os responsáveis pelos tumultos no sistema carcerário serão penalizados.
“Vamos tomar todas as medidas necessárias. O Ministério Público está apurando, tem gravações e vídeos. A visita domiciliar é algo sagrado para o preso. A partir do momento que se proibiu a visita, se criou um caos e causando toda essa rebelião. Tudo será apurado criminalmente, e administrativamente”.
O ESTADO
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