Jogadores cruzaram o braço e não tocaram na bola durante um minuto após o apito inicial/Wesley Santos
Começando por Goiás x Ponte e Grêmio x Vasco, com a ideia de
estender o protesto para os demais jogos, os atletas que começaram as partidas
ficaram paralisados por cerca de 30 segundos após o apito inicial (ninguém foi
punido pela arbitragem por isso).
Antes, na entrada em campo, exibiram faixas cobrando "bom
senso" da CBF. A entidade irritou os líderes do movimento no encontro
realizado no Rio há duas semanas pela falta de propostas concretas,
principalmente para a temporada 2015.
E o plano é radicalizar os protestos. Caso não tenham suas
reinvindicações atendidas, os jogadores vão aumentar o tempo de "braços
cruzados". A cada rodada, o aumento de paralisação após o apito final irá
crescer um minuto.
A reinvindicação mais urgente do grupo é a paralisação do
calendário do futebol brasileiro nas datas Fifa, o que não acontece no país há
anos. Outra prioridade é aumentar o calendário dos clubes menores, onde estão,
segundo dados do Bom Senso, 85% dos 15 mil jogadores de futebol profissional no
país.
No intervalo da partida entre Grêmio e Vasco, os jogadores Elano e
Fagner comentaram sobre o protesto realizado. "O Bom Senso é bom para o
torcedor, bom para o futebol, é para fazer um calendário melhor", afirmou
o atleta do clube gaúcho. "Isso (Bom Senso) é importante para a gente ter
um campeonato mais qualificado, com mais público nos estádios. É importante
para o futebol em geral", afirmou Fágner.
A partida entre Botafogo e Portuguesa, no Maracanã, também foi
marcada pelo protesto. Os jogadores cruzaram os braços como sinal da
manifestação do Bom Senso FC, antes do apito inicial do confronto, diferente
dos outros duelos em que paralisaram o jogo logo após o começo.
No outro jogo marcado para às 21h, Criciúma e Atlético-PR entraram
no gramado já com a faixa do movimento. Assim que o árbitro Francisco de
Almeida Filho autorizou o início, os atletas rolaram a bola e cruzaram os
braços. O ato durou cerca de 30 segundos.
Após a vitória do Grêmio por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, o goleiro
Dida tocou no assunto. "A CBF tem a consciência do que estamos
reivindicando. Não tem nada demais, é para o bem do futebol, o árbitro tem que
pensar, os torcedores. É a situação que estamos passando nesse e no próximo
ano, porque a situação tem que sempre ser revida para 2015", disse.
Jogadores de São Paulo e Flamengo também protestaram
Sob ameaças de levar cartão amarelo em caso de manifestação do Bom
Senso FC, os jogadores de São Paulo e Flamengo não cruzaram os braços, como
aconteceu nas demais partidas desta quarta-feira. Assim que o árbitro Alício
Pena Júnior apitou o início do confronto, os atletas permaneceram em seus
campos de defesa, mas chutaram a bola de um lado para o outro, sem
movimentação.
Antes da partida, Alício Pena Júnior assumiu que, em caso de
manifestação, iria punir os jogadores com o cartão amarelo. Inclusive o
zagueiro Chicão, do Flamengo, perguntou ao repórter Flávio Ortega, da Rádio
ESPN, sobre o que o juiz teria falado com a reportagem.
O ato teve quase um minuto de duração. A bola ia de um campo para
o outro, com chutões por parte dos esportistas das duas equipes. Paulo Henrique
Ganso jogou para o lado do Flamengo. Chicão devolveu. Paulo Miranda, de novo,
entregou a bola para o time carioca.
Alguns jogadores como Elias e Paulo Victor
permaneceram com os braços cruzados.
Quando o relógio marcou 55 segundos, o capitão são-paulino,
Rogério Ceni, com as bolas nos pés, bateu palmas e deu um bico para frente,
marcando o reinício da partida.
Por/ESPN
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