O período de construção dos estádio foi conturbado, marcado por muitas polêmicas e tragédias.
Independente do tal "padrão Fifa", que coloca muitas exigências, o fato é que a organização do torneio foi apenas uma versão ampliada dos problemas que já acontecem no Brasil.
Também é preciso levar em conta que a entidade que rege o futebol queria apenas oito sedes e foi o nosso país que, depois de sugerir 17, conseguiu emplacar 12 cidades na competição, conseguindo agradar politicamente vários estados.
Sem dúvida, o ponto que mais chama a atenção nas obras dos grandes palcos do Mundial é o número de vítimas fatais, nove no total. Para efeito de comparação, na África do Sul foram duas.
As mortes na construção civil são uma realidade em solo brasileiro, ainda mais quando o ritmo das obras precisam se acelerados.
Na Arena das Dunas, por exemplo, o comitê organizador da Copa comemorou a instalação do quarto turno de trabalho, durante a madrugada.
Além disso, foram frequentes os atrasos de entrega dos estádios, a ponto da Fifa se irritar com as constantes trocas de prazo-final, por desrespeito dos comitês locais.
E outro ponto comum a particamente todas as arenas foi o estouro do orçamento inicial, muito por conta desta demora e também por falhas no momento de projetar as obras.
Veja as situações de cada estádio da Copa do Mundo:
Arena Fonte Nova
O estádio, que substituiu a Fonte Nova original, tem um design semelhante a seu antecessor, coberto por uma cobertura de metal leve.
Os arredores da Arena também abrigam restaurantes, lojas, um museu do futebol, hotéis, um centro de eventos e estacionamentos para carros.
O estádio foi redesenhado pelo mesmo grupo responsável pela modernização da AWD-Arena, de Hannover, uma das sedes da Copa do Mundo 2006.
A Arena Fonte Nova foi inagurada em abril. A primeira partida disputada foi o clássico Bahia e Vitória no dia 7 de abril, e teve público superior a 40 mil torcedores. O estádio também sediou três partidas na Copa das Confederações.
Partidas da Copa do Mundo 2014:
13 de junho: Grupo B1 x Grupo B2, 16h
16 de junho: Grupo G1 x Grupo G2, 13h
20 de junho: Grupo E1 x Grupo E3, 16h
25 de junho: Grupo F2 x Grupo F3, 13h
1º de julho: 1º Grupo H x 2º Grupo G, oitavas-de-final, 17h
5 de julho: Quartas-de-final, 17h
*horário de Brasília
Maracanã
Principal casa do futebol brasileiro, o Maracanã volta a ser o grande palco da Copa do Mundo após 64 anos. Construído para o Mundial de 1950, o antigo “Maior do Mundo” foi completamente reformado para o evento de 2014.
É lógico que isso gerou enormes polêmicas, principalmente a respeito da quantidade de dinheiro depositada (cerca de R$ 1,3 bilhão).
Com o olhar estritamente voltado para o futebol, o estádio foi palco da última grande alegria do torcedor daSeleção: a vitória por 3 a 0 sobre a poderosa Espanha na final da Copa das Confederações.
Se na derrota por 2 a 1 para o Uruguai, no Maracanazo, o estádio contou com quase 200 mil espectadores, neste Mundial a capacidade do Estádio Mário Filho será de 74.689, de acordo com o site da Fifa.
Arena de São Paulo
As tensões entorno do estádio do Corinthians estão indo até os acréscimos, que pode chegar ao custo de R$ 1,4 bilhão.
Uma semana antes da partida abertura do Mundial, a Fifa revisou para baixo o número de assentos para os torcedores, por conta da entrega atrasada das arquibancadas provisórias.
Mesmo sem nenhum evento-teste com capacidade total, o local está passando pelos retoques finais e já foi liberado pelo Corpo de Bombeiros.
Foi no estádio de Itaquera que aconteceu o acidente mais espantoso das obras da Copa do Mundo, quando um gigantesco guindaste caiu com o peso de uma estrutura metálica de 420 toneladas, matando dois operários. Investigações apontam para um afundamento de solo como causador da tragédia.
Localizado na Zona Leste de São Paulo, a arena é considerada distante do centro da cidade, mas com uma operação especial do metrô, foi de acesso tranquilo aos torcedores.
A expectativa agora é saber qual seria o plano B no caso da ameaça de greve dos metroviários se confirmar.
Mineirão
Possivelmente o estádio mais bem-preparado para a Copa do Mundo, com o valor gasto de R$ 666,3 milhões. E tudo devido a sua data de entrega: fevereiro de 2013, com 53 mil pessoas para ver Cruzeiro x Atlético-MG.
Desta forma, foi possível identificar todos os problemas possíveis em uma arena que recebeu grandes públicos, inclusive na decisão da Copa Libertadores.
Ao longo deste período, foram encontradas dificuldades pontuais, como falta de água para consumir, bares fechados e banheiros sem funcionar, inclusive na Copa das Confederações do ano passado. Nenhuma preocupação séria para 2014.
Talvez o ponto negativo possa ser a conexão dos torcedores, já que a arena de Belo Horizonte é uma das que não deve ter as antenas de wi-fi montadas para servir o público.
Beira-Rio
A grande preocupação daqueles que utilizarão o Beira-Rio fica por conta de seu entorno. As obras prometidas pelo governo gaúcho não serão concluídas e os operários tentam minimizar os efeitos dessa falha realizando ajustes de última hora.
O cabeamento de fibras óticas, responsáveis pela transmissão de imagens e dados dos eventos que ali acontecerão, é o ponto que mais gera insegurança nos organizadores.
Ainda não se sabe se os mesmos irão operar com sua capacidade máxima, mas as instalações provisórias, de acordo com as empresas responsáveis, darão conta do fluxo da Copa do Mundo.
Excesso de entulho e muitos acabamentos inexistentes fazem parte da lista de reclamações daqueles que acreditavam que a Copa do Mundo traria a conclusão de intervenções importantes no local.
Arena da Baixada
O estádio do Atlético-PR foi um dos que mais preocuparam. Por causa do atraso nas obras, ficou perto de deixar de ser uma das sedes ainda neste ano.
No entanto, as obras foram aceleradas e a Arena da Baixada está recebendo os últimos detalhes para receber os jogos da Copa do Mundo.
Com custo estimado em R$ 330 milhões, o estádio terá capacidade para 38.533 torcedores no evento, segundo o site da Fifa.
Desde a sua reinauguração, a Arena da Baixada recebeu dois eventos-teste, um deles amistoso contra o Corinthians, no dia 14 de maio, quando o Furacão perdeu por 2 a1.
Castelão
Principal estádio de Fortaleza, o Castelão foi inteiramente reformado para a realização da Copa do Mundo de 2014. Ao contrário de outros casos, a sede cearense do futebol no Mundial foi o primeiro estádio a ficar pronto.
A inauguração aconteceu em janeiro de 2013, com rodada dupla de clássicos do futebol nordestino (Fortaleza 0x0 Sport e Ceará 0x1 Bahia).
Com o custo de R$ 623 milhões, foi o estádio mais barato dos últimos quatro Mundiais, segundo dados da ONG Play The Game e do Portal de Transparência da Copa.
Mas não apenas de coisas boas vivem o local, pronto para receber 60.348 torcedores. Nos últimos dias, o governo revelou que o Castelão será um dos estádios que não contarão com wi-fi.
Arena Pernambuco
Com o gasto de R$ 529,5 milhões, a Arena Pernambuco foi construída na região de São Lourenço da Mata, que fica localizada a cerca de 19 km da região central do Recife. Por esse motivo, a mobilidade urbana foi o grande desafio deste estádio.
Linhas especiais de BRT foram criadas para atender os torcedores que pretendem assistir as partidas da Copa. Além disso, de uma estação do metrô, que é o meio de transporte mais indicado pelos órgãos públicos, foi construída para servir de ponto de escoamento do local. O problema é que muitos se queixam da localização da mesma, que fica a cerca de 3 km do estádio.
Por ter sido utilizada já durante a Copa das Confederações, a Arena Pernambuco teve bastante tempo de ser testada e sua área interna não oferece grandes dificuldades de operação para os gestores.
Mané Garrincha
O estádio mais caro da Copa do Mundo, este é o título do Estádio Nacional Mané Garrincha, localizado na Capital Federal.
E é justamente este item, o orçamento, que gerou as maiores críticas daqueles que questionaram a sua reforma. Foi também o estádio que registrou a primeira morte em obras do torneio, quando um carpinteiro caiu de cerca de 30 metros de altura.
Avaliado inicialmente a um custo de aproximadamente R$ 631 milhões, a nova arena acabou sendo erguida por 1,9 bilhão de Reais.
Ainda que não tenha grandes dificuldades em sua operação e acesso, o Mané Garrincha é apontado como um dos possíveis “elefantes brancos” após a Copa do Mundo, já que Brasília não conta com nenhuma equipe na elite do futebol nacional e conta com a presença constante de equipes de outras regiões do país para movimentar a agenda do estádio.
Arena das Dunas
Mesmo tendo sido inaugurado no início do ano e já tendo sido colocado em ação inclusive em partidas de equipes locais, a Arena Dunas corre contra o tempo para se adaptar as exigências da Fifa para a realização de jogos da Copa do Mundo, após ter custado R$ 420 milhões.
Além da instalação de assentos provisórios, a Arena Dunas teve que criar novos bares, já que de acordo com a entidade máxima do futebol, as existentes ali não atenderiam a sua demanda. Ainda que considerado um exagero por aqueles que conhecem o local, os pedidos estão sendo realizados, porém estes itens não poderão ser testados.
Áreas de imprensa e hospitalidade são outros itens que receberão instalações provisórias que serão criadas pela Fifa em tendas sem que tenha havido um grande evento teste nesses pontos.
O entorno do estádio também é outro ponto preocupante. Um grande reservatório de água, planejado para evitar o alagamento da área em caso de chuvas fortes, não foi concluído.
O fator é considerado de alto risco, já que junho e julho são os meses que concentram os maiores índices pluviométricos da cidade e caso uma tempestade caia em Natal, isso pode se tornar um grave problema.
Arena Pantanal
Com o futebol em baixa há muitos anos, Cuiabá recebeu a oportunidade de tentar se reerguer construindo um estádio moderno, que substituiu o Verdão, demolido em maio de 2010.
O projeto previa uma arena sustentável e multiuso, mas passou por tantos problemas que isso ficou em segundo plano, depois de custar R$ 520 milhões.
Além de greve, a polêmica troca da compra de cadeiras superfaturadas, falência de uma das construtoras, o momento mais crítico foi no incêndio que aconteceu no fim do ano passado, quando se temeu pelo abalo das estruturas da construção.
Foi na Arena Pantanal também o último registro de vítima fatal na organização do torneio, em maio, quando estavam sendo feitos os reparos finais.
As obras de entorno ainda estão acontecendo e a chegada ao local preocupa os organizadores.
No jogo-teste entre Mixto e Santos, em abril e com capacidade parcial, uma chuva inundou estacionamento e ruas adjacentes ao estádio, mostrando que os torcedores podem ter problemas em caso de precipitações.
Arena Manaus
Um dos estádios mais bonitos da Copa do Mundo, mas também um dos principais candidatos a se tornar um elefante branco após o torneio.
Custando R$ 605 milhões, a sua capacidade máxima seria suficiente para abrigar todos os públicos somados do campeonato estadual de 2013.
Foi também a arena que reuniu mais mortes durante a suas obras. Foram quatro no total, duas delas durante o turno da noite, durante o período em que o ritmo dos trabalhos foi acelerado para cumprir prazos já estourados.
Alguns dos problemas registrados nos eventos-testes no local foram o congestionamento pela grande concentração de carros nas vias locais, falta de vagas para estacionamento e enormes filas nos bares.
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