Em campo, Cristiano Ronaldo chega com rapidez onde deseja. Tem agilidade, habilidade e inteligência de melhor jogador do mundo.
Hoje, a multidão presente na Fonte Nova espera exatamente ver o craque português exibindo esses atributos a partir de 13h, no jogaço contra a Alemanha. Mas ontem, CR7 deu um típico migué. Cozinhou os jornalistas em banho maria e chegou uma hora atrasado na entrevista coletiva.
Todos, lógico, esperaram. Sem aparentar nem um pingo de pressão à véspera da estreia na Copa, o atacante do Real Madrid se divertiu à frente das câmeras. Na primeira pergunta feminina, gracejou: “Cadê você? Está escondida?”.
Já no final, ao ser brevemente interrompido pelo assessor de imprensa português, pediu “calma”. E quando concluiu a última resposta, soltou: “Vou sair de fininho”. E saiu.
Só parcialmente, é verdade. Ao lado dos companheiros em Madri e aqui Pepe e Fábio Coentrão, assistiu à coletiva do técnico Paulo Bento sem dar muita atenção. O celular tirou a concentração por vezes.
Paixão
Na entrevista, a primeira do astro no Brasil, Cristiano Ronaldo foi só confiança. Utilizou até uma gíria brasileira quando respondeu sobre as especulações sobre sua possível ausência na Copa em virtude de uma lesão no joelho esquerdo, no qual usou uma proteção enquanto treinava.
“Isso faz parte da imprensa. Se estou aqui é porque quero jogar. Ao sentir algo, sou o primeiro a dizer. Tenho mais anos de futebol na minha carreira, outros campeonatos importantes. Primeiro eu, depois o futebol. O que aconteceu foi ‘bobagem’”, disse, sorrindo, CR7, que atraiu cerca de 150 fãs ao portão da Fonte Nova.
Atual campeão e maior artilheiro de um edição de Liga dos Campeões, com 15 gols, o português é contrário à ideia de que só o seu brilho levará Portugal longe na Copa.
“Um jogador não faz uma equipe. Eu não carrego Portugal nas costas. Não tenho que mostrar nada a ninguém. Não tenho que mostrar nada. Quero continuar minha caminhada. Tudo é possível. Entendemos que não somos favoritos, mas isso não tira o pensamento que podemos vencer”, afirmou, com tranquilidade.
De tão à vontade, o craque português citou até seus sentimentos com relação ao futebol. “Gosto de desafios. Procuro demonstrar o meu melhor sempre. Gosto de jogar futebol, faço com paixão. É o que mais gosto. Vamos dar o nosso máximo amanhã (hoje)”, completou.
Pressão
Após ressaltar o alto nível de suas últimas temporadas pelo Real Madrid, Cristiano Ronaldo assistiu ao técnico Paulo Bento ser metralhado com perguntas a respeito do craque.
Em uma das questões, Bento reforçou que só a superação coletiva poderá impulsionar os lusitanos às finais do Mundial. “Quando se tem o melhor do mundo não temos que fugir à regra. Os portugueses não gostam que eu fale isso, mas já tivemos uma geração que tinha o melhor do mundo (Figo) e não fomos bem em Mundiais. Essa é a pressão: de jogar em grupo. Não temos a obrigação de ser campeão pelo fato de termos o melhor do mundo”.
Sem meias palavras, Bento diz que Portugal quer dar passos “de fininho”. Mesmo com CR7, a meta é classificar sem muito alarde no Grupo G, que tem ainda Gana e EUA. “Fomos várias vezes semifinalistas de Eurocopa e chegamos a uma final. Na Copa do Mundo nosso histórico não é igual. Já ficamos pelo caminho várias vezes nas fases de grupo. Dessa vez, nossa primeira meta é avançar às oitavas”.
Eliminado em 2010 nas oitavas de final, ao perder para a Espanha por 1x0, Portugal quer fazer história no Brasil com os pés bem no chão.
Correio 24 horas
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