Com 398 votos a favor e 275 contrários, o PMDB decidiu ontem em sua convenção nacional apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff e manter o vice-presidente Michel Temer (PMDB) na chapa. Em números percentuais, representou 59% dos votos pró-aliança e 41 contra.
Mesmo com a vitória, o resultado representa constrangimento ao Planalto. Em 2010, o apoio peemedebista à chapa de Dilma havia sido aprovado por 84% dos convencionais.
Com a decisão de ontem, a petista obtém cerca de 2 minutos e 20 segundos (em cada bloco de 25 minutos) na propaganda eleitoral na TV, que é o principal instrumento das campanhas políticas. O espaço no chamado “palanque eletrônico” é definido, principalmente, pelo tamanho dos partidos coligados.
O evento peemedebista, realizado no Senado, em Brasília, foi pontuado por reclamações de falta de apoio do partido da presidente da República aos candidatos do PMDB, principalmente no Rio de Janeiro, onde a legenda terá o PT como adversário na tentativa de reeleger Luiz Fernando Pezão.
Temer no Ceará
Depois da cerimônia, o vice-presidente e agora pré-candidato à reeleição Michel Temer (PMDB) declarou ao O POVO que virá ao Ceará fazer campanha para o senador e pré-candidato ao governo Eunício Oliveira. Temer disse que se esforçaria para trazer Dilma Rousseff pelo mesmo objetivo.
“Vou tentar, vou ajudar muito nisso (obter o apoio expresso de Dilma à candidatura de Eunício). Mas eu, de qualquer forma, estarei lá no Ceará apoiando o Eunício”, afirmou Temer.
Em coletiva, Eunício destacou a fidelidade do partido ao Planalto. “A posição do PMDB do Ceará manteve-se como sempre. Apoiei todas as vezes o presidente Lula e todas as vezes a presidente Dilma(...) Apesar de todas as dificuldades com o PT no Estado, apesar da não reciprocidade, o PMDB do Ceará veio aqui e além dos 35 convencionais dos seus 56 votos, ainda trouxemos 10 suplentes no caso de haver algum contratempo com os convencionais”.
A ala contrária a Dilma chegou a discursar contra a aliança e a distribuir panfletos em que acusa o governo de ineficiência e corrupção.
A voz cearense discordante foi a do deputado federal Danilo Forte, que classificou o governo Dilma de “falência gerencial” e exortou a direção do PMDB a liberar o partido para fazer as alianças que quiser nos estados.
“O país está estagnado. O PIB parou de crescer a inflação está batendo a porta e a presidente diz que não sabe como resolver,” criticou.
*(com Informações de O POVO e agências de notícias)
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