Pentecoste faz a festa com artilharia de Ederson na Série A

Pentecoste faz a festa com artilharia de Ederson na Série A
Marinho, pai de Ederson, trabalha como vigia noturno do estádio de Pentecoste (Foto: Rafael Luis Azevedo)

Em Pentecoste, como é comum no interior do Nordeste, não é difícil encontrar camisas de futebol rubro-negras. Mas na cidade cearense, localizada a 90 km de Fortaleza, não é mais o Flamengo que domina. Em 2013, o município abraçou o Atlético-PR, time do filho ilustre local, o atacante Ederson.

A artilharia da Série A do Campeonato Brasileiro de 2013, feito inédito para um jogador cearense, encheu de orgulho a cidade de 35 mil habitantes. Sobretudo nas últimas partidas, a rua onde nasceu o garoto encheu de familiares e amigos na torcida. Um fuzuê só visto em tempo de Copa do Mundo.

“A gente coloca um telão na rua. Contra o Grêmio, na semifinal da Copa do Brasil, vieram 250 pessoas. Foi preciso fechar a rua”, vibra o pai do jogador, Valdemir Rosa da Silva, o Marinho, de 45 anos. “Tem tanta gente comprando antena de TV a cabo que estou pensando em cobrar comissão”, brinca.

Graças a essa empolgaçãoas camisas rubro-negras com número 77 e nome de Ederson viraram uma espécie de uniforme local. “A cada jogo em que ele não troca a camisa, são duas que manda pra cá. A família é muito grande”, relata o pai, ex-lateral do Uruburetama e de várias seleções municipais.

Descoberta do talento

Marinho foi o grande incentivador da carreira de Ederson. Desde cedo levava o garoto aos seus jogos pelo interior. Com isso, os primeiros gols do artilheiro foram feitos na escolinha do Cruzeirinho e depois no time amador do bairro, o Pedreira. Seu destino mudou radicalmente em 2004, após um encontro casual.

Numa pelada de domingo, Ederson impressionou Erasmo, ex-jogador do Ceará. Na terça-feira, Ederson já fazia teste no clube, aos 14 anos. Bastou tocar na bola duas vezes. Na quarta-feira, o vínculo com o Vovô estava assinado. E, no sábado, ele estreava no Estadual Sub-16, com cinco gols pelo time.

A passagem pelas categorias de base do Ceará foi um furacão, tal qual o apelido do Atlético-PR. Foram 97 gols antes de se tornar profissional. Tanta expectativa, porém, não foi correspondida. “Falam que o Ceará não deu chance ao Ederson. Na verdade, a bola dele não entrou mesmo”, constata Marinho.

Por isso, para o pai, não foi surpresa o que aconteceria quando partiu para outros clubes. Muitos gols no ABC, e muitos outros no Atlético-PR. A boa fase culminou com a artilharia da Série A, com 21 gols, à frente de jogadores selecionáveis como Fred, Jô, Leandro Damião e Alexandre Pato.

Por Tribuna do Ceará





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