Quase
cinco anos depois do crime, Giselma Carmem Campos Magalhães foi condenada por júri popular por ter mandado matar o ex-marido e diretor-executivo da Friboi
Humberto Magalhães. A pena será de 22 anos e 6 meses de prisão por homicídio
duplamente qualificado, motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. Os
familiares de Humberto que estavam no plenário se abraçaram no momento da
sentença.
O
empresário foi executado com dois tiros por um motoqueiro perto de sua casa, no
bairro Vila Leopoldina, no dia 4 de dezembro de 2008.
Mesmo
condenada, Giselma não saiu presa do Fórum Criminal da Barra Funda. Um habeas
corpus obtido no Supremo Tribunal Federal permite que ela permaneça livre até o
último recurso. Já o seu meio-irmão, Kairon Vaufer Alves, réu-confesso por ter
ajudado a irmã no planejamento do crime, foi condenado a 21 anos. A pena dele
foi atenuada porque Kairon estava preso preventivamente desde o final de 2008
no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.
A
mãe de Humberto, Maria Ilda Magalhães, declarou que a justiça foi feita.
"Se ela tivesse saído daqui algemada era melhor", disse. O filho mais
novo do casal, Carlos Eduardo Campos Magalhães, que testemunhou contra a mãe,
considera que a pena foi branda. "Achei que ela merecia uma pena maior em
vista do que fez com meu pai", afirmou.
Julgamento.
O promotor José Carlos Consenzo usou a confissão de Kairon como evidência da
participação de Giselma no assassinato. O meio-irmão disse que ela o procurou
no Maranhão pedindo ajuda para matar o ex-marido porque tinha muito ciúmes das
mulheres com quem ele se envolvia e não aceitava que Humberto a abandonasse depois
de 20 anos de casamento. Segundo o promotor, ela também teria motivos
financeiros para matar o ex-marido.
Por
sua vez, a Defesa de Giselma insistiu na dúvida, que beneficiaria a ré,
afirmando que não havia provas concretas da participação dela no crime.
"Ela nunca confessou", afirmou o advogado Mauro Nacif. A advogada de
Kairon, Vitória Gonçalves de Lacerda, ressaltou a postura arrependida de seu
cliente e pediu atenuante da pena por esse motivo.
O
julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda durou quatro dias. Cinco
testemunhas de acusação e duas de defesa foram ouvidas. Além do depoimento de
Carlos Eduardo, o filho mais velho de Giselma e Humberto, Marcus Vinícius
Campos Magalhães, testemunhou a favor da mãe.
Entenda.
Giselma planejou a morte do ex-marido junto com seu irmão por parte de mãe,
Kairon Vaufer Alves. Kairon, mediante pagamento, contratou dois homens para
tirar a vida de Humberto e, na noite de 4 de dezembro de 2008, o empresário foi
executado com dois tiros perto de sua casa, no bairro Vila Leopoldina. O
motoqueiro Paulo dos Santos e o seu contratante Osmar Gonzaga Lima já foram
julgados e condenados a 20 anos de prisão cada um. Giselma chegou a ficar presa
por um ano e cinco meses antes de obter uma liminar do STF.
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