No
auge de sua carreira bem-sucedida, Tom Palome recebia salário de seis cifras,
viajava a trabalho na primeira classe e tinha um cargo renomado como
vice-presidente de marketing da Oral-B. Hoje, aos 77 anos, Palome concilia dois
empregos de meio período: um como demonstrador de comida no Sam’s Club, por US$
10 a hora, e outro cozinhando hambúrgueres na churrascaria por pouco menos de
um salário mínimo.
De
acordo com a Bloomberg, Palome é mais um norte-americano que não soube
economizar o suficiente para a aposentadoria. “Embora tenha trabalhado duramente
toda sua carreira, pagou sua hipoteca e a faculdade dos seus filhos, ele não
poupou.”
Quando
era jovem, Palome passou por empresas como Shulton Co. e Yardley of London,
antes de ser recrutado para trabalhar como vice-presidente de marketing da companhia
de cuidado dental Oral-B, o auge de sua carreira aos 39 anos.
Mesmo
ganhando cerca de US$ 120 mil, o ex-executivo não teve uma conta individual de
aposentadoria, isenta de impostos nos Estados Unidos, e embora ele tenha
poupado para a faculdade dos filhos e ajudado seus pais na velhice, ele não
pensava em sua aposentadoria.
Esse
problema não aflige apenas Palome. Dados do governo dos Estados Unidos mostram
que aproximadamente 7,2 milhões de norte-americanos de 65 anos ou mais tinham
um emprego em 2012, um aumento de 67% em relação há uma década. Contudo, 59%
das famílias lideradas por idosos atualmente não têm ativos de contas de
aposentadoria.
Segundo
a publicação, até mesmo pessoas das classes média e alta, que têm acesso à
educação e recursos e que deveriam estar mais preparadas, podem ter o mesmo
destino de Palome. “Cada vez mais idosos que foram gerentes corporativos e
profissionais durante boa parte das suas carreiras estão concorrendo por
empregos mal pagos. Para essa crescente faixa de idosos com poupanças magras, é
o fim da aposentadoria”, ressaltou a Bloomberg.
Quando
se desencadeou a crise financeira de 2008, os US$ 90 mil que Palome tinha
poupado evaporou e de repente ele percebeu que precisava de dinheiro para
manter seu estilo de vida. Com anos, se não décadas, por viver ainda, Palome
aceitou os empregos que pôde encontrar.
“Faz
parte do trabalho”, disse Palome à Bloomberg. “Você tem que respeitar seu
emprego e não ser negativo ou não fazê-lo”. Ganhando cerca de US$ 80 por dia de
trabalho, o ex-executivo ainda se considera “abençoado”, por ter saúde para
trabalhar, viver independentemente e manter sua dignidade, mesmo tendo que
esfregar o chão da churrascaria do clube antes de voltar para casa, às 20h.
Ao se identificar seu comentário terá mais relevância.
EmoticonEmoticon