Um novo chip, capaz de capturar células
cancerosas que circulam pelo sangue de um paciente, pode ajudar, no futuro, a
diagnosticar tumores precocemente e auxiliar os médicos a monitorar se o
tratamento empregado está funcionando. O desenvolvimento da tecnologia,
coordenado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, foi divulgado em
um estudo publicado nesta semana pela revista científica Nature Nanotechnology.
"Se conseguirmos fazer essa tecnologia
funcionar, ela vai ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos contra o
câncer e revolucionar o tratamento de pacientes", diz um dos criadores do
dispositivo, Max Wicha. A ideia é isolar as células cancerosas em amostras de
sangue e, depois, cultivá-las para uma análise mais aprofundada - algo como uma
"biópsia líquida".
Uma das dificuldades enfrentadas pelos
médicos é separar células tumorais das demais estruturas que circulam pelo
sangue. Com o novo chip, contudo, o problema poderá ser resolvido, já que ele
apresenta cadeias de moléculas preparadas para "sequestrar" as
células cancerosas. Depois, a tecnologia consegue manter essas células isoladas
e cultivar seu crescimento, de modo que os profissionais possam estudar sua
estrutura.
Nos testes com o novo chip, os cientistas
usaram amostras de um mililitro de sangue. Até mesmo quando existia apenas de
três a cinco células tumorais entre 5 ou 10 bilhões de células sanguíneas
normais, a estrutura conseguiu diagnosticar o câncer. Nas dez tentativas, a
média de captura foi de 73% das células e, em metade dos testes, o chip foi
capaz de capturar todas as células tumorais. "Isso é o máximo que alguém
já conseguiu em uma concentração tão baixa de células", afirma a
pesquisadora Sunitha Nagrath, que também participou do estudo.
O novo chip pode capturar células cancerosas
da mama, do pâncreas e do pulmão a partir de amostras de sangue dos pacientes.
A expectativa é de que a tecnologia chegue aos laboratórios em três anos.
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