A 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do
Rio determinou nesta quinta-feira (24) que o empresário Eike Batista e seu
filho Thor indenizem em R$ 500 mil a família do ciclista Wanderson dos Santos,
morto após ser atropelado pelo jovem em março de 2012.
A família de Santos alega que foi quebrada
uma cláusula de confidencialidade firmada entre as partes.
Thor deve pagar R$ 1 mi e fazer serviço
comunitário após acidente
Após a morte de Wanderson, Thor e a família
do ciclista firmaram um contrato extrajudicial que previa o pagamento de uma
indenização de R$ 1 milhão e sigilo sobre o valor pago. Mas, num depoimento à
Justiça, Thor teria mencionado o acordo. À época, o advogado de Thor, Celso
Vilardi, declarou: "Não existe sigilo para o juiz".
Eike e Thor Batista ainda não foram
notificados sobre a decisão. O prazo para o cumprimento da determinação é de 24
horas após a notificação. Caso queiram recorrer, Eike e Thor Batista precisam
oferecer à penhora um bem no valor de R$ 500 mil.
Procurada pela reportagem, a assessoria de
Eike afirmou que não comentará a decisão.
ACIDENTE
Wanderson morreu em 17 de março de 2012 na
rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Thor afirmou
na ocasião que dirigia dentro da velocidade permitida (110 km/h), que estava
muito escuro no local e o acidente foi "inevitável".
O laudo indicou que Thor dirigia entre 100
km/h e 115 km/h no momento do atropelamento. Laudo anterior, que foi retirado
do processo, dizia que ele estava a pelo menos 135 km/h. A Justiça anulou o
documento sob a justificativa de que o perito responsável havia tido contato
direto com a promotoria mais de uma vez.
Thor adirmou que, como o carro que dirigia é
baixo --Mercedes-Benz SLR McLaren--, viu apenas o quadro da bicicleta e um
homem negro no meio da pista da esquerda. A rodovia possui duas pistas no ponto
onde aconteceu o acidente --a da direita para veículos mais lentos e da
esquerda para os que atingem velocidade máxima.
Segundo ele, quando notou o ciclista "já
estava em cima dele" e "pisou com força do freio". "O
impacto foi muito forte", disse em depoimento. Ele afirmou ainda que
sentiu um "solavanco no ombro e no braço, e que o carro não chegou a parar
totalmente". O vidro do veículo quebrou no meio e estilhaçou.
Folha de SP
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