Uma
evacuação em massa salvou milhares de pessoas na Índia durante passagem do
ciclone mais forte em 14 anos, mas funcionários de ajuda humanitária alertaram
que um milhão de pessoas devem precisar de ajuda depois de suas casas e meios
de subsistência terem sido destruídos.
O
ciclone Phailin deve se dissipar em 36 horas, perdendo força enquanto segue em
direção ao interior depois de se aproximar do continente no sábado vindo da
Baía de Bengala, trazendo ventos de mais de 200 quilômetros por hora que
destruíram casas e derrubaram árvores.
As
autoridades no estado de Odisha disseram que 15 pessoas morreram, todas
enquanto os ventos açoitavam o litoral antes da chegada da tempestade. A
maioria faleceu em função da queda de árvores e uma pessoa quando as paredes de
sua casa de barro desabaram.
O
baixo número de vítimas contrasta com as 10.000 mortes após a passagem do
último grande ciclone em Odisha, em 1999.
A
construção de centenas de abrigos desde então, alertas que começaram cinco dias
antes das tempestades e evacuações em massa, frequentemente forçadas,
minimizaram a perda de vidas, disseram os funcionários da ajuda humanitária.
Quase
um milhão de pessoas no estado de Odisha e no adjacente Andhra Pradesh passaram
a noite em abrigos, algumas depois de subirem rio acima para procurar terrenos
mais elevados. Outros procuraram segurança em escolas ou templos.
"A
perda de vidas foi contida desta vez com informação antecipada e rápida ação do
governo", disse Sandeep Chachra, diretor-executivo da ActionAid Índia.
"O
ciclone de 1999 foi uma chamada para a Índia. Foi num momento em que o
crescimento econômico estava alto e a Índia era vista como um país em rápido
desenvolvimento. Foi embaraçoso ser percebido como um país que não cuidava de
seu povo, mesmo com todo esse desenvolvimento", disse Unni Krishnan,
diretor de resposta a desastres do Plan International, entidade voltada à
caridade infantil.
DESTRUIÇÃO
O
ciclone Phailin deixou um rastro de destruição ao longo da costa, revirando
carros e grandes caminhões. As tempestades que surgiram do mar deixaram terras
de plantio submersas perto da costa e inundaram cidades do interior.
Ao
longo da rodovia pelo distrito Ganjam, em Odisha, o campo foi devastado. Uma
torre de eletricidade caiu, postes foram destruídos, assim como linhas de
transmissão, levando à falta de energia em grande parte do estado. Nas aldeias,
guindastes levantavam árvores que haviam esmagado casas.
A
Cruz Vermelha indiana disse que suas avaliações iniciais mostravam que mais de
235 mil casas de barro e palha, de propriedade de comunidades agrícolas e de
pesca, foram destruídas, somente no distrito de Ganjam. A Cruz Vermelha espera
que milhares de pessoas precisem de ajuda nos próximos dias.
A
Plan International afirmou que estava preocupada com as necessidades de saúde e
saneamento de cerca de um milhão de pessoas e com o impacto da tempestade na
vida das pessoas.
"Elas
não podem ficar nos abrigos por muito tempo porque eles estão lotados e as
questões de saneamento vão surgir com a disseminação de doenças como a diarréia
e disenteria, especialmente entre as crianças", afirmou Mangla Mohanty,
chefe da Cruz Vermelha indiana em Odisha, em entrevista por telefone do
distrito de Ganjam.
TERRA (Por
Sruthi Gottipati e Jatindra Dash)
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