Professores
e servidores das três universidades estaduais do Ceará decidiram manter a greve
após reunião com reitores e o líder do Governo na Assembleia Legislativa (AL),
deputado José Sarto (Pros). O encontro foi realizado na tarde de ontem na AL.
Depois de quatro horas de negociações, os grevistas recusaram a proposta do
Governo de encerrar a paralisação e criar uma comissão que estude as mudanças a
serem implantadas nas universidades.
“Não
representa nossa categoria (a proposta). Vamos manter a greve”, defendeu Fábio
Queiroz, professor do departamento de História da Universidade Regional do
Cariri (Urca). Para ele, a negociação ainda não começou. “Está na hora de o
Governo ouvir, efetivamente, as nossas reivindicações”, disse.
Entre
as exigências dos docentes, o comando de greve das universidades reivindica a
realização de concurso para professores efetivos, investimento na
infraestrutura das instituições, melhores condições de trabalho e a
regulamentação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV). Professores,
alunos e servidores também querem discutir a pauta de reivindicações
diretamente com o governador Cid Gomes.
Todavia,
para Sarto, a proposta é inviável. O deputado afirmou que a reunião serviu para
tentar condensar as propostas e fazer evoluir a negociação. “Essas negociações
nunca são pacíficas e consensuais de imediato”, ponderou. “A proposta é nossa e
entendo que seja razoável”, argumentou. Uma nova reunião foi agendada para a
próxima terça-feira.
Estrutura
Presidente
do Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece), Elda Maciel reafirma a manutenção
da greve e denuncia a estrutura deficiente. “As universidades estão
abandonadas, com déficit de professores. Os estudantes não têm sequer uma
assistência. Isso deve ser mudado”, afirmou. Segundo Elda, atualmente, são
necessários mais de 800 professores nas três unidades estaduais de ensino
superior.
Também
professora, Kátia Lima, da Universidade Vale do Acaraú (UVA), lembra que parte
dos estudantes é oriunda de famílias de baixa renda. “Eles precisam de
restaurante e residência universitária, precisam de bolsas para iniciação
científica e de monitoria. Ou seja, nós temos uma carência
muito grande na questão da assistência estudantil”, explicou.
muito grande na questão da assistência estudantil”, explicou.
Saiba mais
Paralisações
Mais
de 45 mil estudantes, dois mil professores, além de servidores, estão em greve
nos campi da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Regional do
Cariri (Urca) e Universidade do Vale do Acaraú (UVA).
As
paralisações tiveram início em outubro, quando professores e servidores da Uece
deflagraram greve por tempo indeterminado.
Em
novembro, Urca e UVA aderiram às paralisações a anunciaram greve geral, apoiada
pelos estudantes. Os grevistas pedem melhores condições de trabalho e de estrutura
para estudantes.
Com O
Povo Online
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