A família Bezerra de Menezes, acionista majoritária
e controladora do Banco Industrial e Comercial S.A. (Bicbanco) fechou ontem a
venda da instituição para o China Construction Bank (CCB), segundo maior banco
comercial na China e quinto maior do mundo. A operação, que marca a primeira
aquisição do CCB na América Latina, envolve um montante de aproximadamente R$
1,6 bilhão (US$ 740 milhões) pela parte adquirida.
Após a conclusão da transação, dentro de 30 dias,
nos termos da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o CCB
fará uma oferta pública obrigatória para a aquisição das ações de emissão da
Companhia pelos acionistas minoritários. O maior acionista depois da família
Bezerra de Menezes, o empresário Deusmar Queirós, disse que, inicialmente, não
pretende vender suas ações.
Hoje a direção do Bicbanco faz uma conferência, em
São Paulo, detalhando para todos os funcionários como fica a operação e gestão
do banco. Uma fonte do mercado financeiro disse ao O POVO que acredita que os
cerca de 500 funcionários, espalhados pelas 43 agências, serão mantidos pelo
menos pelos próximos dois anos. Adiantou que era grande o desejo dos chineses
de entrar no Brasil e eles buscavam o Bicbanco desde 2011. Pactual, Bradesco e
Itaú, dentre outros também cortejavam o maior banco médio em operação e o
sétimo maior banco privado brasileiro.
O economista Célio Fernando Melo, diretor da BFA,
disse que o banco estava bem mas, como outras instituições de porte médio do
Brasil e do Exterior, enfrentava problemas com liquidez e captação desde a
crise mundial de 2008. Outra fonte do mercado diz que a exemplo de outros
bancos teve problemas por causa da inadimplência seguida nos anos de 2010, 2011
e também com reflexo em 2012. “Mas o banco tinha caixa e patrimônio de R$ 1,9
bilhão e o índice de Basiléia, de 18,5, era considerado muito bom”, diz, considerando
que com a crise tinha perdido rentabilidade.
Negócio positivo
O empresário Deusmar Queirós, que é sócio
minoritário do Bicbanco há 30 anos, afirma que o banco estava sadio e que o
negócio foi bom. “Acho que com os chineses o banco vai crescer muito”, avalia,
ressaltando que vai disputar mercado com os grandes.
O CCB informa, por meio de sua assessoria, que o
Brasil é estratégico e que o Bicbanco é o primeiro ativo da instituição de
capital aberto, listada nas bolsas de Xangai e Hong Kong. Adianta que o CCB,
com quase 60 anos de histórico operacional, deve ampliar a ações no Brasil.
Seus principais negócios incluem serviços bancários corporativos e pessoais e
operações de tesouraria.
O CCB está entre os líderes de mercado na China em
diversos produtos e serviços, incluindo empréstimos para infraestrutura,
financiamento imobiliário e cartões bancários, contando com uma extensa base de
clientes, uma rede de mais de 14.000 filiais na China e em torno de 345 mil
empregados. A estatal chinesa está expandindo ativamente sua presença no
exterior e possui, atualmente, 68 instituições estrangeiras que cobrem 14
países e regiões. A rede do CCB no exterior inclui filiais em Hong Kong,
Cingapura, Frankfurt, Johanesburg, Tóquio, Seul, Cidade de Ho Chi Minh, Nova
York, Sydney, Melbourne e Taipé, bem como subsidiárias integrais e operacionais
no exterior como CCB Ásia, CCB Rússia, CCB Internacional e CCB Londres.
FONTE/O POVO
Ao se identificar seu comentário terá mais relevância.
EmoticonEmoticon