Já
se sabia que neandertais e humanos conviveram por milhares de anos na Europa e
na Ásia e aí se acasalaram. O que não se sabia, como sugere uma dupla de novos
estudos genéticos, é que esses dois ramos da humanidade estavam naquela altura
a ponto de se separar em duas espécies distintas.
Cada
humano vivo carrega em seu genoma individual no máximo 3% de genes neandertais.
Ao comparar o DNA ancestral com centenas de genomas modernos, porém, dois novos
estudos encontraram que algo entre 20% e 30% de sequências genéticas
neandertais sobreviveram.
Os
estudos detectaram uma quase ausência de DNA neandertal no cromossomo X, em
especial de genes ativos nos testículos. Tais genes teriam sido eliminados do
genoma humano atual porque provavelmente tornavam estéreis os descendentes
machos do cruzamento. É o tipo de incompatibilidade que acaba por separar uma
espécie em duas.
A
cisão entre espécies ocorre quando duas populações perdem a capacidade de gerar
descendência fértil ao se reproduzir. Não chegou a ser esse o caso dos dois
ramos de hominídeos, o Homo neanderthalensis e o Homo sapiens, pois o primeiro
grupo se extinguiu há cerca de 30 mil anos, antes de completar-se a separação.
Os dois grupos humanos tiveram origem na África, respectivamente há 250 mil
anos e 200 mil anos, em números aproximados.
Os
neandertais já estavam na Eurásia quando os H. sapiens chegaram, uns 100 mil
anos atrás, e foram por estes desalojados.
Nas
regiões mais ricas em sequências neandertais, chamou a atenção uma concentração
de DNA relacionado com a produção de queratina. Essa proteína ajuda a
impermeabilizar pele e pelos, e os autores supõem que a sobrevivência do DNA
neandertal tenha a ver com características que ajudavam a enfrentar climas mais
frios.
Fonte: O Tempo
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