A
Justiça de São Paulo determinou, na noite desta segunda-feira (10), a
transferência do principal chefe da facção criminosa PCC, Marco Willians Herbas
Camacho, o Marcola, para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), com
isolamento de 22 horas por dia, segundo seu advogado, Marco Antônio Arantes de
Paiva.
A
decisão atinge ainda outros três membros da quadrilha -todos suspeitos de
participar de um suposto plano de fuga da prisão.
A
assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo não conseguiu
localizar, ontem à noite, o juiz responsável pelo caso para que confirmasse a
decisão.
Marcola,
que está preso em Presidente Venceslau (611 km de São Paulo), deverá cumprir
pena de 60 dias no RDD em Presidente Bernardes, município da região.
A
liminar atende ao pedido das secretarias de Administração Penitenciária e de
Segurança Pública, feito à Justiça após vazamento do suposto plano de resgate.
O
plano, segundo a versão oficial, era investigado desde janeiro de 2013. Seriam
usados dois helicópteros para tirar os criminosos do presídio e levá-los ao
Paraguai, passando pelo Paraná.
Segundo
investigação das polícias Civil e Militar e do Ministério Público, além de
Marcola, seriam resgatados os presos Cláudio Barbará, Célio Marcelo da Silva, o
Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista.
Na
última sexta-feira, a Justiça havia negado outro pedido de isolamento
de Marcola, feito pela Promotoria em 2013, após investigação do PCC com escutas
telefônicas.
A
decisão de ontem tem caráter liminar (provisório). Segundo Paiva, a internação
por 60 dias ocorrerá para que, nesse período, seja apurada a eventual
participação de seu cliente no plano de fuga.
O
advogado nega envolvimento do seu cliente no caso. Diz que recorrerá da
decisão.
Marcola
já esteve outras vezes internado no RDD. Nesse regime, o preso fica em cela
individual, sem acesso a noticiário, sem direito a visitas íntimas e com apenas
duas horas diárias de banho de sol.
No
ano passado, o Gaeco, grupo de promotores que investiga o crime organizado,
interceptou conversas telefônicas em que membros do PCC ameaçavam fazer
"greve branca" nos presídios caso seus chefes fossem para o RDD.
A
"greve" consistiria em não comparecer a audiências ou outras
atividades. Se as autoridades revidassem, diziam as gravações, a facção
promoveria ataques nas ruas.
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