Eram
cerca de 9h desse domingo, quando uma viatura do 9º BPM (Rocha Miranda) descia
a Estrada Intendente Magalhães, no sentido Marechal Hermes, na Zona Norte do
Rio, com o porta-malas aberto. Depois de rolar lá de dentro e ficar pendurado
no para-choque do veículo apenas por um pedaço de roupa, o corpo de uma mulher
foi arrastado por cerca de 250 metros, batendo contra o asfalto conforme o
veículo fazia ultrapassagens. Apesar de alertados por pedestres e motoristas,
os PMs não pararam. Um cinegrafista amador que passava pelo local registrou a
cena.
A
mulher arrastada era Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, baleada durante
uma troca de tiros entre policiais do 9º BPM e traficantes do Morro da
Congonha, em Madureira. Em depoimento à Polícia Civil, os PMs disseram que a
mulher foi socorrida por eles ainda com vida, e levada para o Hospital Carlos
Chagas, em Marechal Hermes, mas não resistiu. Já a secretaria Estadual de Saúde
informou que a paciente já chegou à unidade morta. Ela levou um iro no pescoço
e outro nas costas.
-
Foi revoltante ver aquele corpo pendurado. Eles iam ultrapassando outros
carros, e o corpo ia batendo. As pessoas na rua gritavam, tentando avisar os
policiais, mas eles não ouviam. Só pararam por causa do sinal e, aí,
conseguiram ouvir o que as pessoas diziam. Dois policiais, então, desceram da
viatura e puseram o corpo de volta no carro - disse o cinegrafista.
Trajeto de 250 metros
A
cena começou a ser registrada próximo ao número 796 da Estrada Intendente de
Magalhães, na altura da Rua Boiacá, e foi filmada aproximadamente até o 878,
onde fica uma agência da Caixa Econômica Federal. A irmã de Claudia, Jussara
Silva Ferreira, de 39 anos, ficou chocada quando viu a imagem do corpo da irmã
sendo arrastado. Revoltada, ela quer que os policiais sejam punidos:
-
Acham que quem mora na comunidade é bandido. Tratam a gente como se fôssemos
uma carne descartável. Isso não vai ficar impune. Esses PMs precisam responder
pelo que fizeram.
Antes mesmo de saberem o que havia acontecido com Claudia, familiares tinham desconfiado de que algo pudesse ter ocorrido, já que viram o corpo dela em carne viva ao chegarem no hospital.
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Achamos estranho quando vimos o corpo daquele jeito. Desconfiamos de que tinha
acontecido no trajeto até o hospital - relatou Diego Gomes, de 30 anos, primo
de Claudia.
Thaís
Silva, de 18, filha da vítima e a primeira a encontrá-la morta, já tinha
reclamado até mesmo da forma com que os policiais do 9º BPM a socorreram:
-
Eles arrastaram minha mãe como se fosse um saco e a jogaram para dentro do
camburão como um animal - revoltou-se a jovem.
Fonte: Extra.Globo
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