Número de pessoas monitoradas com suspeita de Ebola sobe para 167 no PR

Número de pessoas monitoradas com suspeita de Ebola sobe para 167 no PR

Apesar de o primeiro teste feito no africano Souleymane Bah, de 47 anos, ter dado negativo para o vírus Ebola, o número de pessoas que estão sendo monitoradas pela Prefeitura de Cascavel (PR) por possível contato direto ou indireto com o paciente subiu de 68 para 167, informou ao Estado o secretário municipal da Saúde do município, Reginaldo Andrade.

"Entre as pessoas que ficaram isoladas na Unidade de Pronto-Atendimento onde ele foi atendido, eram 30 funcionários, 24 pacientes e 14 acompanhantes. Só que fomos rastreando todas as pessoas que podem ter tido contato com pessoas que passaram pela UPA antes de a unidade ser fechada. Entraram na lista familiares, amigos, todas as pessoas que tiveram contato com quem esteve no local, por isso o número foi para 167", explica o secretário.

Estão incluídos nessa lista ainda quatro haitianos que, segundo relato do paciente, dividiam uma casa com ele no bairro Neva, em Cascavel. A informação, porém, é negada pelos imigrantes. "O primeiro endereço que o Souleymane passou estava errado. Ele informou um segundo, mas a numeração não conferia. Conseguimos descobrir o número correto nessa mesma rua, encontramos os quatro haitianos, mas eles negam que tenham morado ou sequer conhecido o Souleymane. Não sabemos quem está mentindo, mas, por via das dúvidas, incluímos os quatro na lista de monitorados", explica Andrade.

O secretário afirma que a principal razão para acompanhar os haitianos foi o fato de que um deles apresentou febre durante a semana. "Foi só um dia de febre, acompanhada de dor de garganta. É pequena a possibilidade de relação entre os dois casos porque nem sequer temos certeza se os dois tiveram contato, mas eles foram orientados a continuar medindo a temperatura pelo menos duas vezes por dia, por um período de 21 dias, mesma recomendação feita aos demais monitorados", diz.

A orientação foi passada também para funcionários e frequentadores do Albergue André Luiz, onde Bah estava hospedado desde o dia 21 de setembro até a última quarta-feira, um dia antes de procurar atendimento médico. "Por ser um local de passagem, onde nem todos retornam no dia seguinte, não tivemos como fazer um levantamento de quantas pessoas podem ter tido contato com ele no albergue, mas foi dada a orientação geral para a equipe do albergue para que eles acompanhem a temperatura diariamente." O local conta com nove funcionários e capacidade de atendimento de até 50 pessoas por dia. No período em que Bah esteve no local, havia cerca de 20 pessoas sendo atendidas.

Busca. O maior desafio das autoridades sanitárias que monitoram o caso em Cascavel é encontrar cinco pessoas que tiveram contato mais próximo com o paciente: três homens que vieram da Guiné junto com Bah e que frequentaram alguns os mesmos locais e duas pessoas que teriam transportado o africano até a UPA Brasília na quinta-feira.Os três compatriotas de Bah que vieram ao Brasil com ele já foram identificados pela Secretaria Municipal da Saúde porque fizeram cadastro no mesmo dia que Bah em um centro de acolhida para população de rua na cidade. Os quatro colegas procuraram o lugar no dia 24 de setembro, tomaram banho, almoçaram e receberam orientações sobre a emissão de documentos.

Bah e um dos colegas não voltaram mais ao local e foram para o Albergue André Luiz, que oferece pernoite. Os outros dois africanos passaram pelo centro de acolhida mais vezes, mas não estavam frequentando mais o local na última semana. "Já temos os nomes. O que estamos checando agora é se eles passaram pelo Albergue André Luiz nas últimas noites. Se os encontrarmos, eles podem esclarecer mais detalhes sobre o caso, dizer se o Souleymane já tinha apresentado febre anteriormente, por exemplo". As duas pessoas que teriam levado Bah até a UPA ainda não foram identificadas.

Estadão

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