Aumenta a procura por vagas em escolas públicas de Fortaleza

Aumenta a procura por vagas em escolas públicas de Fortaleza

Cresce a procura por escolas públicas na Capital. É o que aponta o resultado final do Censo Escolar 2014, divulgado, ontem, pelo Ministério da Educação, no Diário Oficial da União. Foram 35.185 alunos matriculados na Educação Infantil no ano passado, enquanto em 2013 haviam sido 32.006, representando crescimento de 9,9%. 

No Ensino Fundamental, o crescimento foi mais discreto - de 0,7%. Ocorreram 138.153 matrículas no ano passado e 137.135 em 2013.

Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), o aumento foi de 27,4%. Saltou de 16.811 matrículas em 2013, para 21.431 no ano passado. Joaquim Aristides, titular da Secretaria Municipal de Educação (SME), comemora o resultado e diz que, pela primeira vez em dez anos, a rede municipal de ensino está tendo incremento do número de matrículas. "Esse resultado nos alegra, porque sinaliza um aumento na credibilidade da escola pública".

O gestor atribui esse aumento na procura a algumas políticas adotadas nos últimos dois anos. A principal delas, a regularização do calendário escolar. Anteriormente, em decorrência das suscetíveis greves, ele tinha ficado totalmente diferente do calendário das demais escolas da rede estadual e particular de ensino.

Vem sendo feito também, diz o secretário, um investimento grande em equipamentos de educação infantil, onde existe uma demanda reprimida muito grande. Com a criação das escolas em tempo integral, também cresceu consideravelmente a procura por esse modelo de ensino. 

No ano passado, foram implantadas seis dessas instituições. Neste ano, a expectativa é de que mais seis sejam adaptadas. O gestor informa que outras seis estão sendo construídas para funcionar no modelo em tempo integral e outras 23 estão em processo de licitação. A expectativa do município é de que, até o fim da gestão, sejam 41 escolas em tempo integral.

Sobre o decréscimo no ensino médio, Betânia Gomes Raquel, coordenadora de Avaliação e Acompanhamento da Educação da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), esclarece que essa queda está ocorrendo em nível nacional. 

No caso do Ceará, afirma que alguns fatores podem ter contribuído. "O nosso gargalo é o 9º ano. É quando, prioritariamente, os alunos vêm da rede municipal e, às vezes, a gente tem perda", diz. Outros fatores que cita é a distorção idade/série e a migração do ensino regular para o EJA. Um desafio grande que enfrentam é para reduzir o índice de abandono.

Gardênia Baima, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação no Ceará (Sindiute), comenta que quanto maior o número de crianças e jovens nas escolas, significa um País melhor, que prioriza o seu desenvolvimento. Para ela, o aumento do número de alunos na rede municipal se deve à campanha em defesa da escola pública. Porém, ressalta que ainda falta muito para que ela se torne a escola de qualidade que vislumbra.

"Mais alunos na escola significa a abertura de novas turmas, a contratação de mais professores através de concurso público e um maior investimento em infraestrutura", salienta. A sindicalista observa que nem todas as escolas possuem a mesma estrutura, o que gera desigualdade.

Indicadores

Além de revelarem o perfil da educação brasileira, os indicadores do Censo Escolar subsidiam diversas políticas educacionais. Dentre elas, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Luana Lima
Repórter

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