Mesmo recebendo o nome da matriarca dos Ferreira Gomes, o colégio foi esquecido nos oito anos de governo de Cid, de 2007 a 2014, segundo a diretora Socorro Oliveira. Há 19 anos trabalhando no colégio, ela revela que, durante a gestão do hoje ministro da Educação, a escola não passou por reformas, sendo um dos períodos mais difíceis para conseguir manutenção.
“As pessoas pensam que o problema é do gestor da escola, mas não sabem que precisamos do repasse do dinheiro. Já foram enviados vários ofícios, mas não deu em nada”, enfatiza. Atualmente, o colégio conta com 15 salas de aula, ginásio, quadra, teatro e laboratório. São 1.087 alunos distribuídos entre os turnos da manhã, tarde e noite, no ensino fundamental e médio. Também recebe alunos com deficiência e problemas psicológicos.
O Tribuna do Ceará visitou o local, na última quinta-feira (19), e encontrou paredes rachadas e sem tinta, além de pisos quebrados e portas velhas. A escola, que toma um quarteirão inteiro, possui áreas verdes, mas com problemas para mantê-las, já que o trabalho exige dinheiro.
Entretanto, a principal reclamação da diretoria é quanto aos banheiros que estão quebrados e com buracos no teto. “Acho que esses banheiros não foram reformados desde quando foram criados”, arrisca Socorro Oliveira.
Governo nega
A Secretaria de Educação do Ceará contestou, por meio de nota, as reclamações da diretora. Segundo a assessoria do órgão, o Cere Maria José Ferreira Gomes recebeu recursos no valor de R$ 154 mil para reformas da quadra, da coberta, medidas de acessibilidade, do prédio em geral, entre outros. Além disso, ressaltou que a reforma dos banheiros já foi autorizada, e após o processo licitatório tem previsão para ser finalizada em até 60 dias.
“Além desses recursos, o Cere recebeu repasses para manutenção, assim como as demais unidades de ensino da rede estadual, em cada ano letivo. A rede estadual, composta de 700 escolas e 400 mil alunos, contou nesse período com mais de R$ 177 milhões somente para serviços de reforma e ampliação. Desse total, foram investidos R$ 51 milhões nas escolas da capital”, consta.
Homenagem de Ciro Gomes
A escola foi batizada com o nome da mãe de Ciro Gomes que, segundo a diretora, era governador do Ceará e quis prestar a homenagem. Porém, Maria José não visitara o local, salvo uma vez: nos 10 anos de aniversário do colégio, na década passada.
“Não tínhamos muito contato, inclusive a escola nem teve privilégios por causa do nome. Mas com a morte dela, publicamos nas redes sociais para os alunos e vamos fazer uma homenagem durante as comemorações dos 20 anos da escola”.
Por isso, os alunos que estudam atualmente no colégio não conheceram a pessoa a quem deu nome ao colégio. O curioso é que há uma foto dela na entrada do prédio.
Lei proíbe homenagem a vivos
O colégio já existia antes do falecimento de Maria José. Segundo o artigo 37 da Constituição Federal, é dever existir impessoalidade das ações públicas, impedindo que elas sejam vinculadas a pessoas vivas. O mesmo artigo ainda prevê que nessas obras não poderão constar “nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. No caso, a lei foi descumprida.*Fonte: Tribuna do Ceará
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