Centenas de milhares de pessoas protestam contra o governo Dilma

Centenas de milhares de pessoas protestam contra o governo Dilma

Em São Paulo, número de manifestantes chega a 1 milhão

A manifestação contra o governo federal reúne cerca de 1 milhão, segundo estimativa da Polícia Militar, divulgada às 15h. A maioria dos manifestantes veste amarelo, muitos estão com a camisa seleção brasileira. Alguns levaram até vuvuzela, instrumento sonoro muito usado durante a Copa do Mundo da África, em 2010.

Muitas faixas criticam a corrupção e as medidas econômicas do governo, outras pedem a saída da presidenta Dilma Rousseff. Integrantes do movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores dos protestos, levavam também uma cruz com os dizeres “Corrupção, Desemprego, Inflação, Juros: Que País é Esse”.

Entre os manifestantes, também há grupos que defendem a intervenção militar. Dos cinco carros de som presentes no ato na Avenida Paulista, dois trazem mensagens com pedidos de ação das Forças Armadas para destituir o atual governo. O principal argumento dos locutores dos carros de som e dos textos e panfletos distribuídos à população para defesa da volta dos militares ao poder é a corrupção na política brasileira.

Segundo o empresário Anderson Rocha, que panfletava em favor da intervenção militar, essa ação seria a única capaz “de limpar o Brasil”. “O Brasil está canceroso. A educação e a saúde não funcionam. Não tem outra fórmula”, declarou.

Durante a ditadura militar (1964-1985) o Estado brasileiro restringiu as liberdades individuais e praticou diversas violações de direitos humanos.

Pelo menos 434 pessoas foram mortas ou desapareceram por ação dos agentes da repressão. Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, o número não leva em conta os camponeses e indígenas que também sofreram com ação dos agentes da ditadura. A identificação dessas pessoas deverá aumentar o número de vítimas do regime militar.

Participam do ato pessoas de todas as idades. Um dos manifestantes, o médico Walter Amorim, de 65 anos, disse que protesta em favor da democracia e da liberdade. Já o jovem administrador de empresas Diego Vagner, de 25 anos, fez questão de dizer que é apartidário e que veio ao ato porque está insatisfeito com a atual situação política e econômica do país. “Acho que o Brasil está acordando para a reforma política necessária”, declarou.

A designer Lia Marques, de 52 anos, que é paulista, mas atualmente mora em Maceió, disse que veio para o casamento de um parente e aproveitou a viagem para participar do protesto na Avenida Paulista. “É justo o Brasil se indignar”, destacou. A manifestante lamentou que, depois de ter conquistado credibilidade no exterior, o país comece a perdê-la após as denúncias de corrupção na Petrobras.

Ainda em São Paulo, caminhoneiros seguem pela Avenida Rebouças em formato de comboio em buzinaço contra o governo. Segundo o organizador da marcha, Davi Oliveira, são 60 caminhões e o pedido em faixas e bandeiras é apenas um: "Fora Dilma".

Candidato à presidência em 2014 pelo PV, o ex-deputado Eduardo Jorge está no protesto na avenida Paulista. Sobre o impeachment ele diz: "Não podemos fazer as coisas com atropelo".

Centenas de milhares de pessoas protestam contra o governo Dilma

Manifestantes ocupam orla de Copacabana

A manifestação contra o governo, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, reuniu cerca de 15 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, e chegou a ocupar as duas pistas da Avenida Atlântica. O protesto foi acompanhado do alto dos prédios da orla por moradores que se manifestavam das janelas dos apartamentos portando bandeiras do Brasil.

Os manifestantes se concentraram na altura do Posto 5 e começaram uma caminhada em direção ao Leme. A maioria dos manifestantes vestia camisetas verdes e amarelas e carregava bandeiras do Brasil. No Rio, o ato foi convocado pelos movimentos Vem para Rua, Brasil Limpo e Cariocas Direitos.

Os manifestantes protestaram contra a corrupção e alguns grupos pedem o afastamento da presidenta Dilma Rousseff e do PT do governo. Em meio à passeata, um grupo de 15 estudantes com faixas e cartazes pedia a volta do Fies, em protesto contra a instabilidade do sistema online de acesso ao programa de financiamento estudantil nos últimos dias.

O estudante Alan Ângelo dos Santos, que pretende estudar engenharia na Universidade Estácio de Sá, disse que tentou fazer a inscrição no programa e não conseguiu. "Estou preocupado. Não tenho como pagar a faculdade e preciso estudar."

A aposentada Inocência do Carmo Alves, de 75 anos, desceu do prédio onde mora, perto do local da manifestação, para dar uma caminhada. Ela não sabia do ato, mas concordou com o protesto. "Espero que a manifestação dê certo porque é muita roubalheira", disse.

Na esquina da Rua Constante Ramos com Avenida Atlântica, um senhor que saía da praia vestindo apenas sunga e chapéu foi hostilizado por defender a presidenta Dilma. Ele discutiu com alguns manifestantes e foi cercado por policiais para continuar seu trajeto.

Também contrário à manifestação, o fiscal da Fazenda Sérgio Moura, morador de Copacabana, foi cercado e agredido por pessoas que participavam do protesto após o gritar para os manifestantes "irem para Miami".

"Me agrediram, jogaram cerveja, me deram chute", relatou. "Não vou ficar calado. Vocês querem que tenha um golpe militar para todo mundo ficar calado? Eu defendo o meu direito de ser democrático. Vai para Miami, vai atrás do teu dinheiro", repetia o funcionário público para as pessoas na rua.

Alguns manifestantes gritavam para ele "ir para Cuba", entre eles um advogado que não quis se identificar. “Ele veio provocar. Típico petista. Fica passeando aqui na Praia de Copacabana, mas para Cuba ele não vai”, criticou.

Homem com bandeira vermelha é agredido por manifestantes anti-Dilma

O mecânico Rogério Martins, que passava de bicicleta pela Avenida Atlântica, com uma bandeira vermelha enrolada no pescoço, foi hostilizado, agredido e expulso do local por manifestantes que participam de ato contra a presidente Dilma Rousseff na orla de Copacabana, na zona sul do Rio.

Depois de ser empurrado e cair da bicicleta, o mecânico foi cercado por policiais, que o escoltaram até uma rua transversal. Chamado de "ladrão" e "comunista", Martins não reagiu às agressões.

Um manifestante com a camisa da seleção brasileira tentou arrancar sua bandeira vermelha, com o símbolo do Movimento Nacional de Luta pela Moradia. Um policial que estava ao lado impediu e a devolveu para o mecânico, que guardou a bandeira na pochete.

"Eu não fiz nada e tentaram me espancar", disse Martins, antes de deixar o local de bicicleta.

Centenas de milhares de pessoas protestam contra o governo Dilma

PM estima entre 45 mil e 50 mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios

Cerca de 50 mil pessoas se reuniram no protesto na região da Esplanada dos Ministérios e caminharam em direção ao Congresso Nacional, em Brasília. A maioria vestiu camisas com as cores da bandeira do Brasil e gritou palavras de ordem como "Fora, Dilma".

O protesto deste domingo foi pacífico e as cobranças foram variadas. A maioria protestou contra a corrupção e em apoio às investigações da Operação Lava Jato e ao juiz que conduz o processo, Sérgio Moro. Algumas pessoas vestiam camisetas com frases como "Fora, Dilma" e pediram o impeachment da presidente da República. Outros manifestantes fardados queriam uma intervenção militar.

Integraram a manifestação grupos como o Movimento Brasil Contra a Corrupção (MBCC), Movimento Brasil Livre, Movimento Limpa Brasil, Movimento Vem pra Rua, entre outros.
O protesto contou com seis caminhões de som. O aluguel do maior deles custou R$ 6 mil. Segundo um dos líderes da manifestação, o gerente de projetos Jefferson Bank, os manifestantes fizeram uma "vaquinha" para fazer o pagamento via WhatsApp.

Todos os manifestantes puderam falar ao microfone, exceto políticos. Também era proibido falar em apoio a partidos. Alguns ironizaram as manifestações em apoio ao governo da última sexta-feira. "Alguém aqui recebeu camiseta ou ganhou R$ 35 para estar aqui?", questionaram os manifestantes.

A manifestação em Brasília deste domingo também fez críticas ao tarifaço de energia elétrica promovido pelo governo no começo deste ano. Em um dos carros de som do protesto, em meio a bandeiras da Força Sindical, havia uma faixa com as frases: "Dilma, não cobre pela luz do sol".

No mesmo carro de som, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o chamado "realismo tarifário". Desde o início do ano, a conta de luz da maioria dos brasileiros subiu mais de 20%, em média.

Centenas de milhares de pessoas protestam contra o governo Dilma

24 mil manifestantes ocupam Praça da Liberdade, em Belo Horizonte

Cerca de 20 mil de pessoas, segundo a Polícia Militar, ocupam a Praça da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), para protestar contra o governo federal neste domingo. A maioria estava vestida com camisetas verde e amarelas em alusão à bandeira do Brasil, com apitos e panelas. Havia várias crianças, idosos e famílias em volta do coreto da praça.

Um carro de som foi usado pelos manifestantes. Eles disseram que este domingo é o segundo grito de independência do País. "Não vamos pintar a bandeira do País de vermelho", gritavam. Eles cantaram o Hino Nacional. Depois, disseram um coro: "1, 2, 3, 4, 5, mil. Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil". Também tocavam as músicas "Vem pra rua", de O Rappa, e "Que país é esse?", da Legião Urbana.

Ainda segundo a PM, 15 mil homens fizeram o policiamento durante a manifestação, com efetivo também na Praça Sete, no Centro. Além disso, helicópteros sobrevoram a Praça da Liberdade. Embora o ato não tenha cunho político, há autoridades mineiras presentes. O deputado estadual João Leite (PSDB) veio com a família, mas disse que por vontade própria. "Estou aqui para me juntar na indignação do povo com o governo em não cumprir as promessas de campanha", declarou.

Em Maceió, PM diz que cerca de 10 mil protestaram contra governo

Cerca de 10 mil pessoas, de acordo com a Policia Militar de Alagoas, participaram na manhã deste domingo em Maceió, do ato contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Organizado pelo movimento Brasil Livre, manifestantes percorreram 3 km pela orla da capital alagoana, com pedidos de "Fora Dilma" e de impeachment da presidente. O ato terminou com a execução do Hino Nacional brasileiro.

Em Belém, PM estima que 7 mil participaram da manifestação contra o governo

​A Polícia Militar estima que cerca de 7 mil pessoas participaram da manifestação contra o governo da presidente Dilma Rousseff neste domingo, em Belém (PA). O número é bem menor do que os cerca de 60 mil estimados por manifestantes à frente do ato. Na capital paraense, o protesto se concentrou na Avenida Doca de Souza Franco, famoso destino de festas e comemorações na capital paraense. A dispersão começou por volta das 11h.

Sindicatos dos médicos, dos enfermeiros e do transporte alternativo, a associação de emancipação de municípios e participantes da ordem da maçonaria foram algumas das instituições que participaram da manifestação.

Protesto contra o governo começa em Porto Alegre

Cerca de 30 mil pessoas se reúnem nesta tarde no parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre, para protestar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e contra a corrupção. O número é dos organizadores do Movimento Brasil Livre (MBL) no Rio Grande do Sul, a Brigada Militar confirma a estimativa.A manifestação começou às 14h e o número de participantes cresce a todo instante. As pessoas estão concentradas neste momento no Parcão, como o parque é conhecido.

O sol forte deste domingo na capital gaúcha não intimidou os cidadãos a saírem às ruas para protestar contra o governo petista. Por volta das 15h os termômetros marcavam 30 graus. Famílias inteiras, e pessoas de todas as idades participam do ato, quase todas vestindo verde e amarelo. Muitos carregam bandeiras do Brasil e cartazes de protesto.

O carro de som que há no local puxa gritos contra o PT e a presidente Dilma Rousseff. Apesar da grande quantidade de pessoas, o clima é pacífico e não há registro de confusão.
Dentro de instantes o grupo deve iniciar uma caminhada de cerca de 3 quilômetros até o parque da Redenção.

Brasileiros vão às ruas em Portugal, Reino Unido e Estados Unidos

Brasileiros também foram às ruas neste domingo em Lisboa, capital portuguesa, e em Londres, no Reino Unido, para protestar contra o governo da presidenta Dilma Rousseff. Os protestos foram convocados pelo Facebook.

Em Londres, cerca de 60 pessoas enfrentaram o frio e a chuva para participar da manifestação, que aconteceu em frente à embaixada brasileira, no centro da capital britânica. Quase 700 pessoas tinham confirmado presença pela internet. Eles vestiam verde e amarelo, seguravam bandeiras e cartazes em português e inglês pedindo o fim da corrupção. Em vários momentos, entoavam palavras de ordem contra o governo.

Em Lisboa, cerca de 50 manifestantes se reúnem neste momento na Praça Luís de Camões. Eles vestem verde e amarelo, seguram bandeiras e até panelas. No Facebook, mais de 3 mil pessoas tinham confirmado presença. Os organizadores também convidaram os brasileiros que vivem em Portugal a pendurarem bandeiras do Brasil nas janelas neste domingo, como um ato de apoio ao país e protesto contra o governo.

De manhã, em Nova York, um grupo de brasileiros se concentrou na Union Square. Eles cantaram o Hino Nacional e pediram o impeachment da presidenta. Pelas redes sociais, manifestantes disseram que entre 70 e 80 pessoas estiveram na manifestação em Nova York.

O protesto em Miami, previsto para o meio-dia (13h no horário de Brasília), já começou, segundo informações dos brasileiros participantes, que postam fotos de cartazes e se mobilizam nas redes sociais como Facebook e Twitter.

De manhã, pelas redes sociais, brasileiros que moram em Boston e em Orlando também reforçavam a convocatória para o ato de protesto.

A população de brasileiros residentes nos Estados Unidos é estimada em 1,2 milhão.

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