Quatro meses após morte de filho, subtenente revela que esposa dificulta contato com caçula

Quatro meses após morte de filho, subtenente revela que esposa dificulta contato com caçula

Após mais de quatro meses do crime que provocou a morte por envenenamento de um garoto autista de 9 anos, em Fortaleza, seria feita uma nova reconstituição do caso, na manhã desta sexta-feira (27). Na véspera do encontro que marcaria mais um rencontro entre pai e mãe, que se acusam de cometer o crime, o Tribuna do Ceará conversou com o subtenente do Exército Francilewdo Bezerra sobre seu relacionamento com os filhos e com a esposa Cristiane Coelho, e sua rotina após o fato que mudou sua vida. A reconstituição foi cancelada porque a ex-mulher de Lewdo não compareceu.

O que mais lhe aflige é a distância e falta de contato com o filho mais novo, Lucas, que está com a família de Cristiane, no Recife. Desde o dia em que ingeriu veneno, 11 de novembro de 2014, o militar não teve mais contato com o filho. “Desde o dia em que eu fui dormir, dia 10, até hoje eu não vi meu filho”, lamenta.

A morte de Lewdo Ricardo, garoto autista de 9 anos, aconteceu em 11 de novembro, no Conjunto Napoleão Viana, no Bairro Dias Macedo, em Fortaleza, na residência do casal. Na ocasião, Cristiane ingeriu medicamentos, mas sobreviveu. Atendida por médicos, acusou o marido à polícia. Já Francilewdo ingeriu veneno e ficou internado durante um mês no Hospital do Exército. Recuperado, passou a se defender e a acusar a esposa de ter cometido o crime.

Agora, o militar pretende voltar ao trabalho e lutar pela guarda do filho mais novo, também autista, de 5 anos. É o que ele conta na entrevista exclusiva a seguir.Tribuna do Ceará - Como está seu estado de saúde?

Francilewdo Bezerra - A última cirurgia que eu fiz está com 20 a 25 dias, quando foi retirada a bolsa que eu usava. Eu não voltei a trabalhar justamente por estar me recuperando. Ainda sinto dores no local porque foi um corte profundo. Pegou intestino, o músculo e a pele. O que me faz mais sentir dor é a parte do músculo, onde demora mais a cicatrizar. Mas dentro da medida do possível eu estou bem, estou conseguindo caminhar, já não sinto tanta dor.

Tribuna - Você acha que em breve já pode voltar a trabalhar?
Francilewdo - Eu acho que sim. Eu quero voltar a trabalhar porque eu não aguento mais ficar em casa. Tenho que ocupar a mente, ficar só vendo televisão ou lendo não está me fazendo bem. Provavelmente em abril eu devo voltar a trabalhar.

Tribuna - Como é sua rotina hoje?

Francilewdo – Minha rotina hoje é bem diferente. Além de trabalhar, eu fazia muita atividade física. Então, nem estou trabalhando e nem estou praticando nenhum dos esportes que eu fazia antes. Como eu moro com a minha irmã, fico mais em casa, assistindo televisão, às vezes acesso a internet, mas sem procurar nada desse assunto. O que eu sei já me deixa nervoso às vezes. À noite, quando eu vou fazer minhas orações e peço a Deus pelo meu filho que ainda está vivo, tenho dificuldade de dormir depois disso. Já teve dia de eu dormir às 4 horas da manhã. Eu fico pensando naquele dia procurando alguma coisa que possa revelar algo mais para as autoridades. Eu fico toda hora martelando na minha cabeça o que aconteceu, por que aconteceu, por que ela matou o meu filho mais velho. Por que ela fez isso comigo e com o filho que ela dizia que amava.

“À noite, quando eu vou fazer minhas orações e peço a Deus pelo meu filho que ainda está vivo, tenho dificuldade de dormir depois disso.”

Tribuna - Você tem falado com sua ex-mulher?

Francilewdo
- Não. O único contato que a gente tentou foi ligar para a casa, e quem atendeu foi a tia dela. A gente conversou, tentou falar para colocar o Lucas no telefone e veio a ordem de alguém, que a gente ouviu, para desligar o telefone. Não procurei nenhum contato com ela. Apesar da tentativa dela de entrar em contato. Não pelo meu telefone, mas pelo da minha mãe. Mas a gente preferiu não ter contato. Até porque eu não sei se eu teria estômago para ouvir a voz dela.
Confira AQUI o restante da entrevista ao Tribuna do Ceará 

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