O que mais lhe aflige é a distância e falta de contato com o filho mais novo, Lucas, que está com a família de Cristiane, no Recife. Desde o dia em que ingeriu veneno, 11 de novembro de 2014, o militar não teve mais contato com o filho. “Desde o dia em que eu fui dormir, dia 10, até hoje eu não vi meu filho”, lamenta.
A morte de Lewdo Ricardo, garoto autista de 9 anos, aconteceu em 11 de novembro, no Conjunto Napoleão Viana, no Bairro Dias Macedo, em Fortaleza, na residência do casal. Na ocasião, Cristiane ingeriu medicamentos, mas sobreviveu. Atendida por médicos, acusou o marido à polícia. Já Francilewdo ingeriu veneno e ficou internado durante um mês no Hospital do Exército. Recuperado, passou a se defender e a acusar a esposa de ter cometido o crime.
Agora, o militar pretende voltar ao trabalho e lutar pela guarda do filho mais novo, também autista, de 5 anos. É o que ele conta na entrevista exclusiva a seguir.Tribuna do Ceará - Como está seu estado de saúde?
Francilewdo Bezerra - A última cirurgia que eu fiz está com 20 a 25 dias, quando foi retirada a bolsa que eu usava. Eu não voltei a trabalhar justamente por estar me recuperando. Ainda sinto dores no local porque foi um corte profundo. Pegou intestino, o músculo e a pele. O que me faz mais sentir dor é a parte do músculo, onde demora mais a cicatrizar. Mas dentro da medida do possível eu estou bem, estou conseguindo caminhar, já não sinto tanta dor.
Tribuna - Você acha que em breve já pode voltar a trabalhar?
Francilewdo - Eu acho que sim. Eu quero voltar a trabalhar porque eu não aguento mais ficar em casa. Tenho que ocupar a mente, ficar só vendo televisão ou lendo não está me fazendo bem. Provavelmente em abril eu devo voltar a trabalhar.
Tribuna - Como é sua rotina hoje?
Francilewdo – Minha rotina hoje é bem diferente. Além de trabalhar, eu fazia muita atividade física. Então, nem estou trabalhando e nem estou praticando nenhum dos esportes que eu fazia antes. Como eu moro com a minha irmã, fico mais em casa, assistindo televisão, às vezes acesso a internet, mas sem procurar nada desse assunto. O que eu sei já me deixa nervoso às vezes. À noite, quando eu vou fazer minhas orações e peço a Deus pelo meu filho que ainda está vivo, tenho dificuldade de dormir depois disso. Já teve dia de eu dormir às 4 horas da manhã. Eu fico pensando naquele dia procurando alguma coisa que possa revelar algo mais para as autoridades. Eu fico toda hora martelando na minha cabeça o que aconteceu, por que aconteceu, por que ela matou o meu filho mais velho. Por que ela fez isso comigo e com o filho que ela dizia que amava.
“À noite, quando eu vou fazer minhas orações e peço a Deus pelo meu filho que ainda está vivo, tenho dificuldade de dormir depois disso.”
Tribuna - Você tem falado com sua ex-mulher?
Francilewdo - Não. O único contato que a gente tentou foi ligar para a casa, e quem atendeu foi a tia dela. A gente conversou, tentou falar para colocar o Lucas no telefone e veio a ordem de alguém, que a gente ouviu, para desligar o telefone. Não procurei nenhum contato com ela. Apesar da tentativa dela de entrar em contato. Não pelo meu telefone, mas pelo da minha mãe. Mas a gente preferiu não ter contato. Até porque eu não sei se eu teria estômago para ouvir a voz dela.
Confira AQUI o restante da entrevista ao Tribuna do Ceará
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