PMs são afastados no Rio após morte de garoto

PMs são afastados no Rio após morte de garoto

Os policiais presentes na ação dentro do Complexo do Alemão que culminou na morte do garoto Eduardo de Jesus Ferreira, 10, foram afastados do policiamento de rua. 

Em comunicado divulgado ontem, o governo do Estado informou que os policiais do Batalhão de Choque da PM e da CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora), presentes na ocorrência, já estão respondendo a um Inquérito Policial Militar.

"Eles foram afastados do policiamento nas ruas e tiveram suas armas recolhidas para a realização de exame balístico", dizia a nota.

Eduardo foi atingido por um tiro de fuzil na cabeça quando estava na porta de casa na tarde de quinta-feira. A possibilidade de um policial ter sido o autor do disparo causou revolta entre os moradores, que organizaram protestos ao longo do dia.

Na tarde de ontem, em um dos principais acessos ao Alemão, na Estrada do Itararé, a PM chegou a lançar bombas de gás lacrimogêneo na direção de um grupo que tentou interromper o tráfego de veículos no local.

A ofensiva policial dispersou os manifestantes que buscaram abrigo nas ruas e vielas da região.
Também na tarde de ontem, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) instalaram barricadas em diversos pontos do Complexo do Alemão. O objetivo foi proteger os contêineres usados como base para as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) com tonéis de concreto, de aproximadamente 200 quilos.

A Sexta-feira Santa foi um dia de perplexidade para os parentes das vítimas da série de confrontos que deixou quatro mortos no Complexo do Alemão, em 24 horas.

Pela manhã, a doméstica Terezinha Maria de Jesus, 40, lidava com a dor da perda de um filho somada à indignação pelas circunstâncias de sua morte. "Foi a polícia que matou o meu filho. Não houve tiroteio. É uma mentira que teve confronto", disse Terezinha.

Ela cogita deixar o Alemão. "Quero justiça e depois vou embora para minha terra (o Piauí). Não quero ficar nesse lugar maldito, vou sair daqui", disse a doméstica, que deseja sepultar o corpo de seu filho no Piauí. | FOLHAPRESS

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