Segundo o porta-voz do Departamento de Inteligência norte-americano, citado pelo jornal britânico The Telegraph, as autoridades não revelam detalhes sobre os vídeos de pornografia que foram encontrados "devido à natureza do seu conteúdo." As autoridades recusaram-se a descrever o tipo de conteúdo encontrado. No entanto, pouco tempo depois da morte do líder terrorista, a agência Reuters avançava que o material pornográfico era "bastante extenso" e que continha muitos vídeos "modernos". O material pornográfico vai contra a imagem fundamentalista divulgada pelo líder da organização, que partilhava a sua última casa no Paquistão com outras 22 pessoas.
Entre a vasta coleção de livros que Osama Bin Laden se encontrava a ler na altura em que foi morto, encontra-se um extenso rol de obras sobre teorias da conspiração sobre o ataque de 11 de Setembro às Torres Gémeas e sobre a estratégia militar dos Estados Unidos assumida depois daquele ataque. Foram ainda encontradas obras de Noam Chomsky e Michael Scheuer, um Manual de Direito Internacional, uma enciclopédia sobre religiões místicas, livros relacionados com os Illuminati (organização conspiratória que pretendia alcançar o domínio total do mundo) e até relatórios sobre a energia nuclear na Síria e no Irão. Segundo o Daily Mail, a 'obsessão' de Bin Laden parece não corresponder apenas às políticas de George Bush depois do 11 de setembro, mas também à administração de Barack Obama.
Entre o material agora desclassificado encontram-se 103 documentos escritos à mão pelo antigo líder da Al-Qaeda, que comunicava com os outros líderes da organização e com a sua família por carta, numa tentativa de escapar ao controlo tecnológico norte-americano. O desejo de reunir a família naquela cidade do Paquistão prendia-se, essencialmente, com uma das suas mulheres e com Hamza, o seu filho favorito. A mãe desse filho seria uma das três mulheres que estaria na casa aquando da operação que matou Bin Laden.
O desejo de tornar o seu filho de 22 anos num dos líderes da organização correspondia às ambições do jovem. Foram encontradas duas cartas escritas pelo seu filho e outra pela mãe, em que pediam ao líder que Hamza pudesse seguir 'os passos do pai'. O jovem auto descreve-se como "forjado em aço", pronto para se juntar ao pai no caminho "da vitória ou do martírio". "Meu querido pai, anuncio que eu e toda a gente, Deus seja louvado, estamos a seguir o mesmo caminho, o caminho da jihad." Hamza não terá visto o pai durante oito anos, tendo descrito a "dor da separação".
Hamza terá sido treinado para lidar com material explosivo e as autoridades acreditam que terá estado envolvido em ataques terroristas quando era adolescente e que terá sido protagonista de várias ações de propaganda quando era mais pequeno. No entanto, não se sabe onde se encontrava na noite em que o pai foi morto, já que não foram encontradas provas de que se encontrava na mesma casa que a família.
Além dos documentos de nível pessoal, Bin Laden assumia-se também como um 'diretor dos recursos humanos' da organização terrorista. Um documento, por exemplo, referia a necessidade de motivação de jovens voluntários com profundas convições religiosas, mas também com qualificações nas áreas da ciência, da engenharia e da gestão de trabalho. Bin Laden defendia mesmo que alguns destes jovens, que futuramente seriam destacados em missões no Ocidente, deveriam frequentar universidades.
A desclassificação dos documentos que revelam o material encontrado na casa do antigo líder da Al-Qaeda acontece uma semana depois de a Casa Branca ter sido obrigada a desmentir os rumores de que o Paquistão teria sido informado, com antecedência, da ação de captura que estaria a ser planeada em 2011 e que culminaria na morte de Bin Laden. O jornalista norte-americano Seymour Hersh defende mesmo que os serviços de segurança paquistaneses não só tinham conhecimento da operação que estava em marcha, como teriam Bin Laden como prisioneiro desde 2006, algo que a administração norte-americana rejeita.
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