Tetraplégico consegue beber cerveja usando a mente

Tetraplégico consegue beber cerveja usando a mente

O americano Erik Sorto não consegue mexer seus braços e pernas há treze anos, quando um tiro fez com que ele ficasse tetraplégico.

Mas desde que cientistas implantaram processadores em seu cérebro, em 2012, ele consegue mexer um braço robótico e fazer funções do cotidiano como cumprimentar outras pessoas e beber uma cerveja, segundo um estudo publicado pela revista Science.

Desde então, os cientistas tentam refinar o processo, para conseguir ajudar outros pacientes.

O estudo publicado nesta quinta-feira (21) é diferente da pesquisa já publicada neste campo e pode significar um marco no controle dos braços robóticos.

Até agora, os cientistas priorizavam o córtex motor primário, uma parte do cérebro que coordena as contrações musculares necessárias para o movimento. O problema é que ela faz movimentos muito bruscos.

Ao invés disso, o grupo liderado pelo pesquisador Richard Andersen, professor de neurociência na CalTech, mirou outra área no cérebro chamada córtex parietal posterior, que planeja os movimentos. Dados registrados nos implantes transmitem a intenção de pegar um copo de cerveja e permite ao computador entender como fazer o movimento.

"Se conseguimos indicar o objetivo, podemos ter movimentos suaves e naturais até esse objetivo", diz Andersen.

Os implantes, porém, ainda não estão prontos para serem disponibilizados em larga escala. Sorto consegue usar o braço apenas porque seu cérebro está ligado ao computador que controla seu membro robótico.

Sim, o cérebro do paciente está ligado com fios à máquina, algo que pode gerar infecções.

"Quero ser capaz de beber minha própria cerveja, beber no meu próprio ritmo, quando eu quiser tomar um gole, e não precisar pedir para alguém dar pra mim", diz Sorto, em um comunicado publicado pelo instituto de tecnologia da Califórnia, o CalTech.

Sorto é uma das poucas pessoas que receberam implantes cerebrais para auxiliar a mover objetos com suas mentes. O primeiro paciente foi Matthew Nagle, que em 2006 conseguiu mexer o curso de um computador usando apenas seus pensamentos.

A ideia é que os implantes sejam sem fio, mas a quantidade de informação transmitida por eles é grande demais para que isso aconteça, pelo menos por enquanto.

Outro problema é o fato do implante precisar ser colocado dentro do cérebro, gerando algumas lesões que impactam a recuperação do paciente. Além disso, o organismo humano é corrosivo, obrigando o implante a continuar estável por um longo período de tempo.

Apesar das dificuldades, Sorto afirma que os benefícios do projeto vão muito além de permitir que ele beba uma cerveja. "Assim como eles precisavam de mim, eu precisava do projeto. O projeto me deu um motivo para viver", diz Sorto.*Por Exame.com

 

Relacionadas

Ao se identificar seu comentário terá mais relevância.
EmoticonEmoticon

:)
:(
=(
^_^
:D
=D
=)D
|o|
@@,
;)
:-bd
:-d
:p
:ng
:lv