Uma mudança radical de discurso em quatro dias. Na última sexta-feira, dia 29 de maio, Joseph Blatter era reeleito presidente da Fifa. Na ocasião, no auditório em Zurique, o suíço assumiu toda a responsabilidade por "trazer a Fifa de volta" e se declarou um homem persistente.
Na terça-feira (2), a persistência terminou e Blatter surpreendeu. Ele botou o cargo à disposição e convocou novas eleições para a presidência da Fifa. Na prática, é uma renúncia, ainda que Blatter tenha dito que continuará exercendo suas funções até a escolha do sucessor.
“Embora eu tenha sido reeleito, não sinto que tenho o apoio do mundo do futebol", afirmou.
A forte oposição a Blatter, liderada pela federação europeia, a UEFA, começou há seis dias com a prisão de sete dirigentes da entidade em Zurique acusados de corrupção. Entre eles está o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
Blatter é um dos dirigentes investigados pela Justiça dos Estados Unidos, mas não há provas contra ele. O suíço lidera a federação há 17 anos, quando entrou no lugar do brasileiro João Havelange.
Ele começou na Fifa em 1975 como diretor-técnico. Em 1981 foi eleito secretário-geral e chegou à presidência em 1998.
Um congresso extraordinário será o responsável por organizar uma nova votação, que deve ocorrer entre dezembro deste ano e março de 2016. Até lá, Blatter prometeu ajudar na criação novos mecanismos na entidade, como limitar o número de reeleições dos próximos presidentes e integrantes do comitê executivo.
O italiano Domenico Scala, chefe do Comitê Indepentende de Ética da Fifa, disse que vai implantar medidas gradativas nos próximos meses para mudar a imagem da entidade e recuperar a confiança do público.
“As mudanças vão garantir que a Fifa não seja usada por aqueles que desejam enriquecer às custas do futebol", diz Domenico Scala.
Dois candidatos já manifestaram desejo de concorrer ao posto. O príncipe da Jordânia, Ali Bin Al Hussein, o único adversário de Blatter na eleição da semana passada, e o ex-jogador francês, David Ginolá, que tentou se candidatar no último pleito, mas não teve o apoio mínimo exigido.*Jornal nacional
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