Português é preso em Fortaleza por vender anabolizantes

Português é preso em Fortaleza por vender anabolizantes

Um português, suspeito de abastecer com anabolizantes e esteroides academias de musculação de luxo da Capital, foi preso, no último domingo (18), por equipes da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) da Polícia Civil. O estrangeiro disse que morava em Fortaleza há dois anos e meio e lucrava cerca de R$ 600 mil ao ano com os medicamentos que trazia da Europa.

Carlos Miguel de Oliveira Pinheiro, 41, foi preso em seu apartamento, na Avenida Senador Virgílio Távora, na Aldeota, quando saía com uma sacola de ampolas para fazer uma entrega. Na residência dele os policiais encontraram milhares de outras ampolas e comprimidos. No local foi apreendida uma conta de energia com um endereço do Porto das Dunas, em Aquiraz. Os policias foram até lá e encontraram uma mala com mais substâncias anabolizantes.

O diretor da Especializada, delegado Sérgio Santos Pereira, disse que o português era uma das pessoas que trazia mais medicamentos deste tipo para o Ceará. Ele era investigado em consequência de desdobramentos de outras apreensões em que foi citado como fornecedor.

Português é preso em Fortaleza por vender anabolizantes

"O produto que ele vendia era considerado o melhor. Era também o mais caro, por isso ele circulava nas academias frequentadas por pessoas de alto poder aquisitivo. Em algumas destas academias, os próprios representantes dos estabelecimentos franqueavam o contato dos clientes com ele", declarou Pereira.

Viagens

Os anabolizantes apreendidos foram trazidos de Lisboa, no dia 7 de outubro. A viagem foi monitorada pela Polícia. Os medicamentos eram trazidos no fundo falso de uma mala e nunca foram descobertos pela fiscalização, mesmo Pinheiro viajando a cada três meses. "Ele contou que sempre levava só uma mala, para não despertar desconfianças. Foi parado somente uma vez", contou a delegada-adjunta da DCTD, Patrícia Bezerra.

Segundo a delegada, Carlos Pinheiro conheceu Fortaleza em 2002. Na época ele era funcionário de uma empresa aérea portuguesa e isto lhe dava vantagens na aquisição de passagens.

"Ele continuava morando em Portugal, mas passava temporadas aqui. Nestes períodos ia treinar e as pessoas perguntavam o que ele tomava. Isto o motivou a vender os anabolizantes. As vendas foram aumentando e ele decidiu abandonar o emprego em Portugal e se mudar para Fortaleza". Pinheiro afirmou que foi prejudicado pela crise, mas seus negócios costumavam render R$ 50 mil por mês.

Patrícia Bezerra disse que os comprimidos e ampolas apreendidos serão encaminhados à Perícia Forense do Ceará (Pefoce). Algumas substâncias foram identificadas por agentes da DCTD, por conta das outras apreensões. Um agente da Especializada disse que entre os medicamentos estão hormônio sintéticos, remédios para hipertrofia, abortivos, testosterona, hormônio da tireoide e um remédio para nanismo, que custa entre R$ 3 e 8 mil.

Patrícia Bezerra disse que o uso de anabolizantes precisa ser combatido. "Temos relatos de usuários dessas substâncias, clientes de laboratórios desarticulados por nós, que desenvolveram câncer. Não são substâncias inofensivas. No caso do Miguel, ele mesmo aplicava as injeções. O perigo a que as pessoas que tomam estes produtos se submete é muito grande".

Sérgio Pereira disse que Carlos Pinheiro será autuado no artigo 277, que prevê punição para quem "vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais". O desvio de medicamentos de suas funções originais é considerado crime hediondo, com punições maiores que as de tráfico de drogas. "Ele vendia medicamentos sem prescrição médica, sem controle da Vigilância Sanitária. Desviava os remédios de sus fins. Agia em total ilegalidade".*Diário do Nordeste

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