Iguatu. A vaquejada é um esporte de alto custo. Exige cavalos de raça, cujo valor ultrapassa R$ 100 mil, e vaqueiros financiados por empresas do setor agropecuário ou por fazendas (haras). Essa tendência se intensificou a partir da década de 1990 e se consolidou, apesar das dificuldades com a estiagem e a crise financeira. O evento de hoje remonta à cultura nordestina de ocupação sertaneja a partir do ciclo econômico do couro e do gado, mas com padrões totalmente diferentes.
Origem
Era preciso separar o gado, apartar bezerros e novilhos, bichos machos e fêmeas. "Com certeza, esse tipo de trabalho deu origem à vaquejada. Os meus pais e avós falavam da corrida pé de mourão (tronco em que se amarram animais) nas fazendas, como demonstração de destreza do vaqueiro e depois como disputa", conta o veterinário Mauro Nogueira.
Segundo Nogueira, o mourão também pode ser entendido como o pé da porteira. "Havia um corredor estreito (jiqui), onde o gado corria e a dupla de vaqueiro acompanhava nas laterais. Vencia o desafio quem derrubasse o boi em uma distância mais curta, mas hoje tem um espaço definido", explica.
Hoje, a vaquejada disputada em grandes parques é um grande acontecimento esportivo. O empresário Francisco Lira, 56, veio de Campina Grande participar da vaquejada de Brejo Santo. É o proprietário da Fazenda São Lucas. "Comecei criança e pratico por esporte por hobby", diz. Ele adquiriu quatro senhas (direito à disputa) por R$ 3 mil.
Negócio
Da origem ligada à lida com o gado nas fazendas, depois por demonstração de habilidade, agora é um grande negócio no Nordeste. "Hoje é um dos negócios que mais movimentam recursos, gera emprego e renda", diz o promotor de vaquejada, em Iguatu, Dudu Bezerra. "Se der muitos participantes, dá lucro, mas a gente faz por amor, por tradição", afirma o empresário. Bezerra estima que haverá 300 duplas inscritas na próxima. "Se não fosse a crise, seriam pelo menos 500 duplas", disse.
Fonte Diário do Nordeste
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