Não,
Libertadores não é uma guerra. Mas alguns clubes brasileiros insistem em
confundir raça com violência. Aconteceu com o Flamengo nesta quarta-feira. O
volante Amaral, estreante na competição, fez seu time jogar mais de 80 minutos
com um a menos ao ser expulso logo aos 12, após chutar uma bola e largar o pé
nas partes baixas de Montes. O Rubro-Negro lutou muito, ficou perto de seu
segundo gol, mas não conseguiu. Deu León no Estádio Nou Camp: 2 a 1. Boselli e
Arizala fizeram os gols do time mexicano, com Cáceres anotando para o Fla.
Além
de Amaral, André Santos, outro que correu o risco de ser expulso no segundo
tempo, e Lucas Mugni foram os outros destaques negativos. O Rubro-Negro segue
sua sina de não vencer quando estreia fora do Rio na Libertadores. Com três
pontos, o León lidera o Grupo 7. Emelec e Bolívar, demais integrantes da chave,
se enfrentam nesta quinta, no Equador.
-
Isso é Libertadores. De maneira alguma pode perder um jogador no início.
Sabemos que é difícil correr atrás na Libertadores. Pressão, bola alçada, e
realmente sofremos bastante. Lutamos, mas não foi o necessário - disse André
Santos após o jogo.
O
Flamengo volta a campo pela Libertadores no próximo dia 26, contra o Emelec, no
Maracanã. O León já joga na próxima quarta-feira, em La Paz, onde terá o
Bolívar como adversário. O próximo compromisso rubro-negro pelo Carioca é o
Clássico dos Milhões, contra o Vasco, no domingo, às 16h, no Maracanã.
Amaral vacila, mas estrela de Jayme brilha
O
primeiro tempo tinha tudo para ser equilibradíssimo. Com dez minutos de jogo, o
León já havia chegado com muita velocidade à frente duas vezes, e Hernane, após
linda jogada coletiva do Flamengo, carimbou o travessão do goleiro Yarbrough.
Mas, aos 12, o volante Amaral deu um chutão e deixou a perna para atingir
Montes. Resultado: um merecido cartão vermelho.
A
expulsão mudou o rumo do jogo, e o León passou a dominar inteiramente o
Flamengo. Chegou a ter quase 70% de posse de bola, e o Rubro-Negro pouco
passava do meio-campo. De tanto ser empurrado para seu campo de defesa, surgiu
um erro. Após bola levantada na área, Hernane se enroscou com Boselli e a
arbitragem marcou pênalti. Segundo o comentarista de arbitragem da Globo,
Arnaldo César Coelho, não houve a penalidade. O próprio camisa 17 bateu e abriu
o placar.
O
Flamengo resolveu sair para o jogo e, sempre comandado por Elano e Léo Moura,
começou a chegar em bolas aéreas. Numa delas, Samir teve a chance do empate,
mas chutou para fora. Em outra, aos 42, o camisa 7 cobrou falta para a área, e
Cáceres subiu mais que todo mundo na área do León para colocar no fundo da
rede.
Felipe pega pênalti, mas Fla acaba derrotado
A
lição da expulsão de Amaral parece não ter servido, e, logo aos dois minutos,
André Santos deu um pisão perigoso em Arizala, correndo risco de ser expulso.
Sorte dele é que o colombiano José Buitrago mostrou apenas o amarelo.
Depois,
André, na condição de último homem, levou bola nas costas e cometeu pênalti.
Boselli, que bateu com seriedade na primeira vez, tentou uma cavadinha e parou
nas mãos de Felipe. É a segunda vez que o camisa 1 defende uma penalidade após
firula de adversário - em 2011, na histórica virada por 5 a 4 do Fla sobre o
Santos, Elano, hoje companheiro de Felipe, tentou a cavada, e o goleiro pegou.
Elano,
aliás, um dos melhores em campo, cobrou mais uma falta venenosa, e a dobradinha
com Cáceres quase surtiu efeito novamente. Desta vez, o desvio do paraguaio
resultou em bola na trave. Logo depois, porém, Arizala recolocou o León na
frente após cobrança de escanteio. A bola espirrou dentro da área e sobrou para
o camisa 11 encher o pé, sem chance para Felipe.
Depois
do gol, o Fla voltou a tentar o ataque, e o León aproveitou os espaços. Boselli
ainda acertou a trave duas vezes, mas o placar não foi mais alterado.
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