Um
rapaz foi agredido, deixado nu e preso com uma trava de bicicleta a um poste,
no Flamengo (zona sul do Rio), na noite da última sexta-feira, 31. Os bombeiros
foram chamados e precisaram usar um maçarico para libertar o rapaz, encaminhado
ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro. A mulher que socorreu o rapaz
divulgou o caso na internet e foi criticada porque ele, negro, seria integrante
de uma gangue que pratica assaltos na zona sul. O rapaz estava sem documentos,
segundo os bombeiros, e o caso não chegou a ser registrado na polícia.
"Fizemos
uma reunião, para discutir justamente a segurança na região, que terminou por
volta das 22h30 da sexta. Um amigo estava indo embora quando me ligou e contou
ter encontrado esse rapaz preso no poste, ferido e nu. Eu fui até lá, chamei os
bombeiros e aguardei o atendimento. O rapaz estava nervoso e mal conseguia
falar, mas contou ter sido agredido por um grupo que estava de moto e
fugiu", narra a artista plástica Yvonne Bezerra de Mello, que socorreu o
rapaz.
"Os
bombeiros chegaram e socorreram o rapaz, mas eu não acompanhei mais o caso.
Quando divulguei as fotos na internet, muita gente veio dizer que ele é ladrão,
que tinha que ser punido mesmo. Os furtos na região (do Flamengo) aumentaram
muito, eu sei disso, mas não sei quem é o rapaz. Se houver cometido algum
crime, quem deve prender é a polícia. Não é possível que as pessoas queiram fazer
justiça com as próprias mãos", diz Yvonne, fundadora de uma ONG que atende
crianças e adolescentes moradores de áreas de risco. "Não importa quem é a
pessoa, não tem cabimento deixar preso num poste. Eu faria a mesma coisa ainda
que fosse um cachorro, um gato, qualquer bicho", afirma.
Estadão
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