PT esperava queda menor de Dilma no Datafolha

PT esperava queda menor de Dilma no Datafolha

A queda de seis pontos percentuais da presidente Dilma Rousseff no cenário eleitoral mais provável surpreendeu o PT e o Palácio do Planalto. Em cerca de 45 dias, Dilma caiu de 44% para 38%. Os petistas já aguardavam uma piora no Datafolha, mas esperavam que ela pontuasse acima de 40%.

Não é o fim do mundo para a presidente. Mas uma leitura geral da pesquisa constata que ela e o seu governo perderam pontos em quase todos os quesitos. O pessimismo em relação à economia cresceu. Ou seja, pode estar em curso uma tendência de queda. Levantamentos futuros dirão se isso está acontecendo ou se é um tropeço passageiro.

O Datafolha traz uma fotografia fiel do momento de dificuldade da administração dilmista, que acumulou problemas na política e na economia.

A gordura para uma vitória em primeiro turno está em apenas seis pontos percentuais.
O senador Aécio Neves (PSDB) ficou parado em 16%, na comparação com o levantamento anterior, de 19 e 20 de fevereiro. O ex-governador Eduardo Campos (PSB) oscilou positivamente um ponto percentual e tem hoje 10%.

Os 26% de Aécio e Campos mais os 6% dos candidatos de pequenos partidos fazem a soma de todos os adversários da presidente chegar a 32%. Ainda é resultado de eleição decidida em primeiro turno, mas não é uma dianteira confortável para a petista.

Se a hora difícil da presidente é boa notícia para a oposição, a pesquisa expõe os limites atuais de Aécio e Campos. Por ora, não conseguiram persuadir o grosso do eleitorado a trocar o PT por um deles. Talvez falte à oposição apresentar um projeto alternativo convincente. As propostas feitas até agora soaram superficiais.

Tem valor o argumento de que Aécio e Campos são nomes menos conhecidos do que Dilma. Mas será preciso pescar votos na medida em que se tornarem mais populares. Faltam exatamente seis meses para o primeiro turno.

Esta rodada do Datafolha vai alimentar nos bastidores do PT o debate sobre o “Volta, Lula”. Por ora, essa possibilidade está sob controle. Os próximos dois meses serão importantes para medir a viabilidade dessa alternativa, hoje improvável. A administração dos problemas que Dilma cultivou na economia e na política ajudará a dar essa resposta.

Por Kennedy Alencar

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